A ermida de invocação de Nossa Senhora da Conceição, construída no séc. XVI, localiza-se no morro abaixo do castelo e do Convento de Cristo e constitui um bom exemplar do renascimento português. Obra de forte influência romanista, é atribuída a Diogo de Torralva, e reflete a mesma sensibilidade artística do Claustro Principal do Convento de Cristo.
Apresenta um aspecto exterior simples e severo, com frontões lisos na fachada e no transepto e pilastras jónicas nos cunhais, a suportar o seu sóbrio entablamento. Para além da porta, de desenho clássico, duas janelas com ombreiras lisas e rematadas por frontões triangulares rasgam a fachada.
De planta rectangular, no seu interior é uma pequena basílica de três naves com colunas de ordem coríntia a definir os tramos. Sobre os ábacos corre um entablamento denticulado e, no ressalto da cornija, ergue-se uma elegante abóbada de berço, ornada de motivos geométricos relevados, e dividida em tramos pela cinta das molduras torais. O transepto é apenas marcado pela nova direcção da abóbada. A cúpula do cruzeiro, tem mascarões nos ângulos e é dividida em caixotões. A abóbada da capela-mor, apainelada, remata numa concha.
Através das capelas laterais pode-se ter acesso a uma pequena sacristia, pela capela do lado Norte, ou, pela capela do Sul a uma escada em espiral que conduz ao terraço do telhado.
O interior, apesar da pequena dimensão, exprime uma certa grandeza através da harmonia de proporções e unidade estilística, que a luz, filtrada por doze janelas com abertura em perspectiva oblíqua, acentua.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. III, Lisboa, IPPAR, 1993.

TOMAR: PERSPECTIVAS, Tomar, Edição da Festa dos Tabuleiros 1991, (1991).

FRANÇA, José-Augusto, Tomar, Lisboa, Presença, 1994, (Cidades e Vilas de Portugal, 18).