"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Edifício e estabelecimento da Panificação Mecânica

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
31/83, DR 106, 09-05-1983
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Contemporânea (Séc. XIX)
Tipologia original
Arquitectura Civil - Equipamentos Industriais
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Arte Nova
Áreas Artísticas
Azulejaria, Trabalho do Ferro
Descrição

Foi propriedade da Companhia de Panificação Lisbonense, passando em 1915 a pertencer à Companhia Nacional de Moagem. Em 1941 a padaria depende da Companhia Industrial de Portugal e Colónias, sendo em 1958 alugada à Panificação Mecânica Lda. Algumas alterações estruturais foram introduzidas no edifício no início da década de 80.

O edifício de três pisos tem a fachada revestida a azulejos policromos com desenho de belo efeito estético. No piso térreo destaca-se a articulação inovadora entre o vidro e o ferro utilizados na porta e nas montras, formadas por três arcos abatidos separados por pilastras sobrepujadas por entablamento, e cujos vãos são preenchidos por uma quadrícula de ferro sustentando vidro. Os dois pisos superiores, semelhantes entre si, são bastante rasgados, deixando pouco espaço para os panos de parede. Neles as janelas de peito de vão rectangular são alternadas por janelas de sacada com guardas de ferro, apresentando todas elas molduras em cantaria. O edifício é encimado por cornija coroada por platibanda e cobertura por telhado.
O interior da padaria é de planta em L, com aplicação diversificada de materiais, (madeira, vidro, azulejo, ferro) caracterizadora da estética da Arte Nova. As paredes são divididas por três pilastras de fuste em espelho com volutas de madeira com motivos florais. O espaço entre as pilastras é em duas das paredes rasgado por montras ladeadas por portas. Os panos de parede entre os vãos das portas são revestidos a azulejo policromo tendo como motivos borboletas e espigas, enquanto as portas têm moldura em azulejo com motivos florais, troncos, espigas, insectos e pássaros, da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro. As restantes paredes mostram o vão decorado por arcos abatidos revestidos a vidro com caixilharia em madeira, formando esta uma cruz no vão do arco. As paredes ornadas com uma série de molduras, têm o espaço entre as molduras decorado com pequenas peças de madeira. No centro da sala surge um pilar de fuste facetado, revestido a espelhos e de capitel em madeira decorado com carrancas ; o tecto encontra-se dividido em quatro rectângulos decorados a estuque, sendo um deles pintado.

Intervenções e Restauros
As primeiras obras de alterações no edifício realizaram-se em 1903, reconstruindo-se três fornos em 1915. Em 1927 fizeram-se novas reparações e pinturas. Trabalhos de pintura das portas, montras e armações das frentes em 1939, e em 1943 empreendeu-se uma intervenção de conservação. Em 1958 fizeram-se limpezas e pinturas. Em 1960 realizaram-se obras clandestinas no primeiro andar e em 1963 efectuaram-se pinturas exteriores. Obras clandestinas no número 225 ao nível do primeiro andar tiveram lugar em 1967, enquanto que em 1981 fizeram-se algumas alterações no prédio, tendo sido substituídos os primitivos balcões por outros de vidro e metal.

Modo de funcionamento
Para mais informações por favor visite a página do Instituto Português do Património Arquitectónico www.ippar.pt
Morada
Rua Silva Carvalho, nº 209 a 225 e Rua de Campo de Ourique, nº 2 a 16, Santa Isabel
1250-250
LISBOA
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.

Data de atualização
08/01/2009
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