"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Colégio dos Meninos Orfãos

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
1/86, DR 2 de 03-01-1986
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Civil - Equipamento/Serviços
Valor patrimonial
Valor Artístico, Valor de Memória
Descrição

Situado na rua da Mouraria, o Colégio dos Meninos Órfãos foi fundado pela Rainha D. Brites no ano de 1273, sob a invocação de Nossa Senhora de Monserrate. A história do edifício é mal conhecida, a edificação que se vê é apenas uma pequena parte do antigo colégio; as sucessivas restaurações, sobretudo as efectuadas no séc. XX, imprimiram grandes transformações internas. No ano de 1549, a Rainha D. Catarina reformou o primitivo colégio. No séc. XVII o edifício recebe a designação de Colégio de Jesus, devido à existência de uma Confraria do Menino Jesus. Em 1859 passa a chamar-se Ermida da Senhora da Guia, o que acontece ainda em 1885. Modernamente é-lhe conferido o nome de Edifício Amparo.
Em 1754 o mau estado de conservação do colégio leva D. José a ordenar a sua reedificação, mas no ano seguinte o Terramoto pôs fim à empreitada, o que conduziu a novas obras de restauração. No início do séc. XIX (1814) com a ligação dos Meninos Órfãos à Casa Pia da Correcção passa a funcionar no local o Recolhimento do Paraíso. Em 1834 instala-se no edifício a Sociedade Farmacêutica. Após 1910 instalam-se diversas associações, instituições, serviços públicos e uma esquadra de polícia.

O edifício de planta irregular tem quatro pisos; o corpo de cantaria branca divide-se em dois - o da fachada e o posterior (sendo este último perceptível só do interior). No andar térreo, quatro pilastras toscanas suportam uma cornija sobre a qual se eleva uma platibanda cega, composta por gradeamento de ferro. Neste andar encontram-se lateralmente duas portas de pequenas dimensões, e ao centro uma porta manuelina, ladeada por duas colunas que suportam um arco contracurvado e angulado com alcachofras nos vértices. A porta manuelina é sobrepujada por uma porta e uma janela baixa que se inscrevem num pórtico com arco abatido, no qual se insere uma estrela; este elemento decorativo repete-se nas grades forjadas das varandas do segundo e terceiro andar. Ao lado das portas encontram-se quatro colunelos. Através da porta da esquerda acede-se a um pátio para onde dá um pórtico rococó, que ostenta as armas de D. José I e através do qual se tem acesso a uma portaria decorada em azulejaria azul e branca. Os painéis, do séc. XVIII, representando temas bíblicos do Velho e Novo Testamento revestem toda a escadaria e são circundados por molduras rococó recortadas. No conjunto de azulejaria há a salientar um painel que representa a realidade vivida por os meninos órfãos de Lisboa recolhidos pela instituição - a de mendigarem pelas ruas da cidade. O painel que se encontra ao nível do terceiro patim, num pátio interior, sobre o espaldar de uma antiga fonte, tem uma moldura policroma e nele desenha-se o Menino Jesus, com uma túnica, cercado por dez meninos que carregam cântaros.

Modo de funcionamento
Para mais informações por favor visite a página do Instituto Português do Património Arquitectónico www.ippar.pt
Morada
Rua da Mouraria, nº 64, Socorro
1100-364
LISBOA
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
ALMEIDA, D. Fernando de (dir.), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Vol. V - Primeiro Tomo, Lisboa, Junta Distrital de Lisboa, 1973.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.

SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, Carlos Quintas & Associados - Consultores, Lda., 1994.

Data de atualização
19/11/2008
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