Património Material
Celeiro na cerca do Convento de S. Francisco
A sua designação é imprecisa pois, no local onde se encontra esta curiosa construção, já não era a Horta de S. Francisco mas, a dos Cães. Além disso, não se trata de um celeiro mas, provavelmente, de uma casa de fresco mandada edificar, em meados do séc. XVIII, por uma família da nobreza local, cujo brasão ainda aparece na porta.
Pouco se sabe acerca deste edifício (não se conhecem fontes documentais), mas é o único exemplo da arquitectura civil algarvia com planta oitavada. O interior apresenta abóbadas igualmente oitavadas, tanto no primeiro como no segundo piso, embora as divisões interiores não correspondam às linhas exteriores. São muito interessantes os trabalhos que se encontram no exterior, principalmente a representação de Ulisses.
As faces contíguas à da porta apresentam baixos-relevos de alvenaria, de um lado representando Hércules e do outro o Adamastor. Sobre a porta, arqueada, encontra-se um brasão, executado no mesmo material.
Não existe nenhum documento sobre este curioso edifício, o qual ainda há poucos anos pertencia à família Ramalho Ortigão.
Idem, Itinerário do Barroco no Algarve Portimão, Delegação Regional do Sul da Secretaria de Estado da Cultura, 1988.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, Lisboa, IPPAR, 1993.
ROSA, José António Pinheiro e, Monumentos e Edifícios Notáveis do Concelho de Faro, Faro, Câmara Municipal de Faro, 1984.