Património Material
Convento dos Capuchos
Este convento, de meados do séc. XVI, localizado no cimo da arriba fóssil e dominando a Costa da Caparica, foi mandado edificar pelo 4º Senhor da Casa e Morgado da Caparica, D. Lourenço Pires de Távora. O convento de invocação de Nossa Senhora da Piedade, foi integrado na Ordem dos Franciscanos Arrábidos, ostenta na fachada os símbolos daquela Ordem e ainda o escudo dos Távoras.
O esquema de desenvolvimento arquitectónico devia ser o normal inerente à vida monástica, com sala capitular, celas, refeitório, cozinha, celeiro, adega e oficinas, tendo possivelmente dois pisos, rodeando um pequeno claustro que ainda existe.
O convento inicialmente de linhas simples, foi ampliado no séc. XVII, e reconstruído quase totalmente em meados século XX. A fachada integra um triplo pórtico com colunas simples, duas janelas laterais e um nicho ao centro. Apresenta uma galilé que era revestida de azulejos (foram destruídos, pilhados ou vendidos em 1834). Os dois painéis de azulejos que cobrem a actual parede do fundo da galilé, cópias de 1952, mostram motivos iconográficos da vida de Santo António, foram oferecidos pelo coronel Luciano Alves. No interior, as imagens e o altar-mor datam da reconstrução, assim como a respectiva talha dourada, oferta do Doutor João Couto (à data director do Museu Nacional de Arte Antiga).
Em 1630 foi realizada neste edifício religioso uma ampliação que provalvelmente envolveu a fachada, que passou a ter duas janelas laterais e um nicho ao centro. Foi edificada a galilé de acesso à igreja, revestida de azulejos, o coro e o púlpito da igreja.
Em 1950, a Câmara Municipal de Almada adquiriu o edifício religioso, estando o mesmo nessa data no estado de ruína (começou essa degradação após a extinção das ordens religiosas).
Em 1952, iniciaram-se as obras de reconstrução, que apagaram praticamente todos os vestígios do antigo convento. O coro, o púlpito e os claustros foram refeitos, sendo a igreja e interiores do convento decorados com azulejos (cópias dos séc. XVII e XVIII).
As construções nos jardins, imagens de santos, e outras obras, devem-se a dádivas resultantes de monumentos demolidos nos concelhos de Almada e de Lisboa.