Património Material
Central Tejo
A Central Tejo edificada na Avenida da Índia (zona de Belém) junto ao Rio Tejo, deve a escolha da sua localização a duas razões técnicas: por um lado, à chegada de barcos carregados de carvão (principal combustível utilizado) e, por outro lado, à água do rio que era fundamental para o processo do ciclo da água-vapor e para a condensação e refrigeração do vapor. A sua construção é datada de 1906-1908 e teve como inicial utilização o fornecimento de energia eléctrica à cidade de Lisboa. A Central obedeceu ao projecto do arquitecto francês Fernand Tauzet, e logo em 1909, viria a ter as primeiras ampliações com a construção de mais um edifício. De 1914 a 1918 construiu-se uma nova sala das caldeiras, adaptando a Central às crescentes necessidades de energia da cidade. O material foi sucessivamente desmantelado por já se encontrar tecnicamente ultrapassado, tendo em 1939 sido terminada a sala das caldeiras de alta pressão. Durante o período de 1939 a 1945 a Central Tejo passa por dificuldades devido à II guerra mundial. Em 1975 é desactivada do serviço industrial, tornando-se um ano depois em património da Electricidade de Portugal. Actualmente, com as maquinarias devidamente reparadas, é a sede do Museu da Electricidade, funcionando também como galeria para eventuais exposições.
A sua estrutura é maciça e contínua, recorrendo a massas simples onde os materiais assumem uma função plástica, atestando igualmente o início da indústria moderna em Portugal. As fachadas são revestidas a tijolo criando formas geométricas. A reforçar essa ideia estão pilastras que ladeiam as longas janelas terminadas em arco pleno, com falsa aduela e caixilharia em ferro. A cobertura platibanda em laje é encimada por quatro chaminés. Outros edifícios compõem o conjunto da Central, comunicando com ela por passagens internas.
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