Em 1855, construiu-se um farol no Cabo Mondego para salvaguardar a navegação; no entanto, o mesmo não era suficiente para guiar os navios que navegassem entre aquele Cabo e a foz do rio Douro. A barra de Aveiro tinha sido aberta em 1808 e sucediam diversos naufrágios devido à falta de um farol nesse local. Após diversos estudos, iniciaram-se as obras de um novo farol em março de 1885, tendo terminado em junho de 1893 e sido inaugurado a 31 de agosto de 1893. Na cerimónia de inauguração estiveram presentes diversas personalidades, entre as quais o ministro das Obras Públicas, representantes da Câmara de Ílhavo e o respetivo Pároco.

Este farol situa-se na margem esquerda do canal da barra e fica perto do mar (a 100m de distância). É composto por uma torre, construída no areal sobre uma estacaria com uma grade de madeira à altura das águas mais baixas.

A luz está situada a 58m acima do nível médio do mar, emite um grupo de quatro clarões brancos de 24 em 24 segundos, tem um alcance de 20 milhas e um setor de 180 graus, alumiando todo o horizonte. Em caso de nevoeiro, este farol tem um aparelho de sinal sonoro que produz um som de 15 em 15 segundos. Os anexos servem de habitação aos empregados e de depósitos.

Esta construção foi iniciada pelo coronel-engenheiro Silvério Augusto Pereira da Silva, continuada pelo engenheiro Figueiredo Silva e concluída pelo engenheiro José Maria de Melo de Matos. A torre é de alvenaria, de secção circular, pintada em faixas horizontais brancas e vermelhas, sendo encimada pela lanterna, colocada a 60m, terminando numa cúpula com catavento. O fuste mede 11m de diâmetro na secção inferior e 6m na secção superior. O seu interior mede 4m de diâmetro e é iluminado por 8 janelas, 4 do lado do mar e 4 do lado da terra, em filas verticais. A escada tem 262 degraus de cantaria, dum lado encastrados na parede e do outro guarnecidos por um corrimão metálico. A lanterna tem a forma de um cilindro, com 3,60 m de diâmetro e 5,30m de altura, sendo coroada por uma calote hemisférica. A zona cilíndrica é envidraçada em 2,9m de altura, medidos da calote para baixo. O combustível utilizado no aparelho é o petróleo.

O edifício que se encontra adjacente ao farol tem dois andares e é composto por um corpo central avançado e por duas alas; no corpo central e para o lado da terra, nos dois andares, estão as instalações e alojamentos destinados ao pessoal do serviço dos faróis; do lado do mar, no rés do chão, está o depósito do petróleo e no primeiro andar o depósito de instrumentos e aparelhos. Em cada ala e em cada andar situa-se a habitação de uma família de empregados, com uma cozinha e quatro quartos.

O escudo de armas, sobranceiro à janela principal, é em mármore de Pero-Pinheiro e foi colocado no final do reinado de D. Luís I.

Em 1929, o edifício sofreu grandes reparações devido a diversas avarias, possivelmente causadas pelas oscilações da torre. Efetuaram-se diversas obras, até 1947, devido à violência das investidas do mar nesse local, que afetaram as suas infraestruturas. Nesse ano, foi instalado um novo equipamento ótico, constituído por um aparelho lenticular de 3ª ordem, pequeno modelo de tipo aeromarítimo, constituído por quatro painéis lenticulares de 60º cada. Em 1948 foi instalado um radiofarol "Marconi" e em 1950 passou a ser alimentado pela energia da rede pública. Em 1958 instalaram no farol um elevador de acesso à torre.

Hoje em dia, o farol ainda funciona com a ótica instalada em 1947 e a sua fonte luminosa é uma lâmpada de halogéneo bastante potente, com um alcance de 23 milhas.

O farol de Aveiro esteve representado numa emissão filatélica e na Exposição "Faróis de Portugal", a qual foi inaugurada na Torre de Belém em julho de 1987; foi, igualmente, objeto de uma medalha mandada cunhar nessa ocasião pela Direção de Faróis, entre outras iniciativas em colaboração com os CTT/TLP e a Direção-Geral do Património Cultural. Este farol teve honras de capa no boletim de dezembro de 1987 da Associação Internacional de Sinalização Marítima.