"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Casa de S. Romão, também conhecida por Casa da Igreja

Distrito: Braga
Concelho: Celorico de Basto

0305/1.jpg
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Em vias de classificação
Proteção Jurídica
Despacho do IPPAR de abertura do processo de classificação de 11-9-1997.
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XVI a XVI)
Tipologia original
Arquitectura Doméstica - Solar
Valor patrimonial
Valor Artístico
Estilo(s)
Barroco
Áreas Artísticas
Arquitectura Civil, Jardins
Uso atual
Casa de morada da Família Pinto Dá Mesquita
Proprietário/Instituições responsáveis
Família Pinto Dá Mesquita
Descrição

Estilos/tipologia: A Casa de S. Romão é uma construção privada, cuja arquitectura se enquadra no sóbrio barroco de Celorico de Basto. O corpo do edifício predominantemente horizontal, apresenta decoração simples e escadaria rematada por volutas.
Barroco primitivo (1572). A génese deste estilo nesta região de Basto está materializada no pátio de acesso a este Solar (Adriano de Gusmão, Solares Barrocos da Região de Basto-Ensaio de Pesquisa Artística, separata do XVI Congrès International d’Histoire de l’Arte, II, Lisboa 1954.).
Este tipo de casas com jardim de buxo e cameleiras é muito comum nesta região. Estes jardins, denotam influência italiana e tomam frequentemente a disposição de terraço adossado ao solar.

Descrição histórica/artística: A fundação deste solar é de meados do século XV, reconstruído em 1545 estando integrado no Núcleo Quinhentista de S. Romão do Corgo, em vias de classificação pelo IPPAR, pertencendo desde a sua fundação à Família Pinto Dá Mesquita. Este núcleo tem sido objecto de profundo estudo levado a efeito não só pelo autor desta actualização (Rodolfo de Castro Leal) como também pelos técnicos da DGEMN e do IPPAR.
Miguel Sobrinho Dá Mesquita, 3º senhor da Casa de S. Romão que reconstrói pelos anos de 1545, criando, deste modo, um núcleo de património quinhentista.
Fidalgo de Solar Conhecido, e de Cota d´Armas por carta de Filipe I de 2.IX.1585 para Mesquita, Sobrinho, Rebelo, Machado, com justificação de nobreza de 25.XI.1556.
Foi armado Cavaleiro na Praça de Ceuta pelos valorosos serviços prestados, por Jorge Vieira capitão desta cidade, em 22.VI.1556, título este confirmado por carta régia de Dom João III de 12.V.1557. Juiz de Celorico de Basto em 1557, tendo sido eleito capitão-mor deste concelho, por eleição de 30.VIII.1604. Fal. a 14.VI.1613 na Casa de S. Romão.

Núcleos mais importantes


Descrição do Núcleo Quinhentista de S. Romão do Corgo/Cronologia:
Solar, Jardins, Alpendre, Espigueiro, Eira, Cruzeiro

Segundo o Senhor Professor Adriano de Gusmão, a génese do estilo barroco em toda a terra de Basto localiza-se no páteo de acesso a esta casa. Como refere "A data mais antiga que encontrámos foi a de 1573(...) A sua pequena escadaria de pedra tem já um definido carácter barroco(...)o que é de fixar em tal data, tanto mais que a partir de então pouco se construiu em Basto. Casas seiscentistas mesmo, só as testemunhámos no último quartel do século, depois portanto da paz assegurada com Espanha, pelo tratado de 1668."
Além desta característica, apresenta, segundo documentação produzida no âmbito do Inventário do Património Arquitectónico feito pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais:
Planta em L, composta por vários corpos volumetricamente distintos e com piso sobre loja. A fachada principal, orientada a NE, é constituída por um corpo recuado onde se localiza a entrada nobre e o portal, e por um corpo, saliente, de desenho simples e linear, é ritmado por sete janelas. A entrada nobre faz-se através de pequena escada em cantaria de granito com volutas, orientada a O. Ladeia a porta principal uma pedra d´armas polícroma em granito, com a inscrição da data de 1572.

O portal é rematado por cruz latina assente em esfera armilar. Na parede que ladeia o pátio da entrada, sobressai uma enorme chaminé, pertencente a uma cozinha rústica.
Na linha da fachada principal, uma outra casa, em L, antiga casa de caseiro e cavalariças da quinta, actual salão paroquial, fecha o conjunto dos edifícios rurais pertencentes à quinta. A eira, pertença da quinta tem pavimento de granito, organizando-se junto dela um espigueiro de pés singelos, com cobertura a duas águas de telha. Também junto à eira, um celeiro com paredes de cantaria granítica e o alçado principal ripado de madeira.

O espigueiro apresenta balaustres de pedra e é ripado de madeira na vertical.

Jardim: junto à fachada posterior, num plano inferior, situa-se um jardim oitocentista de buxo e japoneiras, cujo acesso é feito através de escadaria de granito iniciada por duas colunas. Estas guardas graníticas são rematadas por esferas.
Estes jardins foram reordenados por Dona Emília Ermelinda Ferreira Pinto Basto, n. na Casa de Entre-Quintas (hoje Museu Romântico do Porto), 17ª Senhora da Casa do Prado e 12ª da Casa de S. Romão, por sucessão a seu marido onde "(...) recolheu(...) o pequeno Manuel Joaquim Alves Soares, de 3 anos de idade, a quem mais tarde fez aprender desenho no Porto, vindo a ser o seu jardineiro, e tronco de uma verdadeira dinastia de jardineiros a quem se devem praticamente todos os jardins de Basto(...) Das Casas de Pielas, Prado, e S. Romão, a nóvel arte na região de Basto alastrou a outras casas senhoriais dos arredores(...)" (Ilídio de Araújo, «Jardins de Basto» in Guia de Portugal, IV, 1298-99).
Com toda a sua capacidade criativa e gosto pelo Património Natural dinamizou a topiaria no antigo território que constituía a terra de Basto, nomeadamente nos jardins das Casas de S. Romão e do Prado, recriando lugares de lazer, reordenando o espaço físico envolvente a partir de híbridos de japoneiras e de azáleas de folha caduca, incentivando a formação de técnicos, dotando-os de competências que permitiram que esta arte se tenha divulgado pelos jardins vizinhos.

Cruzeiro: cruzeiro assente em soco quadrangular com dois degraus. Base cúbica, com a parte superior em que assenta o fuste, apresentando arestas boleadas e na face frontal inscrição, datada de 1573 aludindo à entidade que o mandou erigir. "(...) Miguel Dá Mesquita Sobrinho manda erigir o cruzeiro por devoção" (http:/www.monumentos.pt/dgemn-Inventário do Património Arquitectónico, Casa de São Romão, Corgo, Celorico de Basto, Braga).
O fuste cilíndrico apresenta no topo uma esfera na qual assenta uma cruz com hastes cilíndricas. No fuste, um azulejo com a inscrição do ano mariano.

Caracteristicas Particulares:
O brasão constitui uma pedra d'armas rara em granito policromado da heráldica do séc. XVI no concelho de Celorico de Basto bem assim como nos concelhos vizinhos.

Modo de funcionamento
Casa particular
Morada
São Romão do Corgo Acesso: EN 210, desvio para a Casa de S. Romão.
4890
CELORICO DE BASTO
Telefone
255 323 100
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia

À Descoberta de Portugal, Ed. Selecções do Reader´s Digest, Porto, 1984, p.49.
Abade de Purozello, Nobiliário, ms. nº 280 da BPMP.
Adriano de Gusmão, Solares Barrocos da Região de Basto - ensaio de pesquisa artística, comunicação apresentada no XVI Congrès International d´Histoire de l´Art-vol. II, Lisboa 1954.
Alão de Morais, Pedatura Lusitana, ms. nº 185 da BPMP, p.107.
Anne de Stoop, Palácios e Casas Senhoriais do Minho, Porto 1993.
Anuário da Nobreza de Portugal, I, Braga 1950, p.604.
Araújo Affonso, Livro de Oiro da Nobreza, III, Braga, 1934, pp.896-97.
Id., Notícia Genealógica da Família Ferreira Pinto Basto e suas alianças, Braga 1946, pp.241-55.
Arquivo Distrital de Braga, assentos paroquiais.
Id., Cartório do Cabido.
Id., Cartório do Mosteiro de Pombeiro.
Id., Congregação de S. Bento, Inq. de genere.
Id., Dotes do Convento da Conceição de Braga.
Id., Inquirições de genere.
Id., Matrículas de Ordinandos.
Id., Mosteiro de Arnoia.
Id., Mostrador dos Prazos de Arnoia.
Id., Processos de Inquirição de genere para Dignitários da Sé.
Id., Registo Geral da Sé.
Id., Tabeliães de Celorico de Basto.
Id., Tombo do Mosteiro de Arnoia.
Arquivo Distrital do Porto, Cartório do Cabido.
Id., Convento de Belém.
Id., Mosteiro de Santa Clara de Amarante.
Id., Tabeliães de Amarante.
Id., Tabeliães de Penafiel.
Arquivo Histórico Militar, Livro Mestre das Milícias de Basto.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Arquivo dos Feitos Findos.
Id., Cartório da Nobreza.
Id., Chancelaria da Ordem de Cristo.
Id., Chancelaria da Ordem de Santiago.
Id., Corpo Cronológico.
Id., «Foral Novo de Celorico de Basto» in Livro dos Forais Novos d´ Entre-Douro-e-Minho, 125 vº- 142vº.
Id., Inventário dos Livros das Matrículas dos Moradores na Casa Real.
Id., Leitura de Bacharéis.
Id., Livro de Linhagens de Portugal, de Damião de Góis.
Id., Livros das Matrículas dos Moradores na Casa Real.
Id., Processos de Justificação de Nobreza.
Id., Processos do Santo Ofício.
Id., Tombo da Alcaidaria-Mor da Vila de Basto.
Arquivo Particular da extinta Casa do Prado (documentos régios, monásticos, judiciais, notariais), pertencente a Rodolfo de Castro Leal.
Athayde de Tavares, Amaraes Osórios, Lisboa 1986, pp.284-85.
Barcellos-Revista, 1983.
Biblioteca Nacional, Memorias Resuscitadas da Província de Entre Douro e Minho, de Crasbeck, 1726.
Id., Nobiliário manuscrito de Manso de Lima.
Bobone, Carlos, História da Família Ferreira Pinto Basto, Lisboa 1997.
Boletim da Academia Portuguesa de Ex-Líbris.
Boletim de Trabalhos Históricos.
Braamcamp Freire, Anselmo, Brasões da Sala de Sintra, Lisboa 1996.
Caetano de Sousa, D. António, História Genealógica da Casa Real.
Id., Provas.
Canaes de Figueiredo, Costados das Famílias Ilustres de Portugal, Algarves, Ilhas e Indias, II, Lisboa 1831, costado 212.
Carita, Helder, Jardins em Portugal, Lisboa 1987.
Casas antigas de Celorico de Basto, Ed. BPA, Lisboa 1981, p.51.
Castro Leal, Rodolfo de, «Origem dos Fundadores dos Solares de S. Romão e de Melhorado» in Raízes & Memórias nº 1, Lisboa 1987, p.5.
Id., «A Casa Senhorial do Prado na Mitificação de Uma Falsidade», ibid., nº 2, Lisboa 1988, p.17.
Id., «A Quinhentista Carta de Brasão de Miguel Sobrinho Dá Mesquita», ibid., nº 3, Lisboa 1988, p.99.
Id., «Fermil II», ibid., nº 6, Lisboa 1990, p.59.
Id., «Provas», ibid., nº 7, Lisboa 1991, p.13.
Id., «Provas II», ibid., nº 9, Lisboa 1993.
Celorico de Basto, ROTEP nº 30, 1959.
«Celorico de Basto» in O Comércio do Porto, 3.X.1978.
Id., 25.IX.1980.
«Celorico de Basto» in Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Lisboa 1966, 1730-31.
Costa Macedo, Memórias Genealógicas das Famílias Nobres de Portugal e seos Domínios, ms. da Biblioteca do Seminário da Sé (Porto), XV (Pinto de Ferreira de Tendaes), p.209.
Costa Santos, «Amarante e a Guerra Peninsular» in Semana de Felgueiras, 22.V.1909.
Cunha Coutinho, O Castelo da terra de Basto, Lisboa 1942.
Cunha e Freitas et al, Carvalhos de Basto (8 volumes publicados), III, Porto 1981, pp.177-87.
Daniel Salgado, Terra de Basto, Famalicão 1933, p.163.
Felgueiras Gayo, Costados, II, 186vº.
Id., Nobiliário, § 14 de Azevedos; §§ 77, 80 e 81 de Cunhas; § 115 de Carvalhos; § 87 de Castros; §§ 17 e 298 de Coutinhos; § 19 de Lemos; §23 de Mesquita; § 66 de Pinheiros; § 333 de Pintos; § 17 de Ribeiros; §§ 6 e 552 de Souzas; §§ 146 e 148 de Vasconcellos.
Frei João da Madre de Deus, Nobiliário da Casa do Casal do Paço, ms. nº 202 da BPMP, cap. V-Queirozes de Amarante-, pp.472 e 522.
Frei Luiz Gavião Barreto, Nobiliário, ms. nº 1607 da BPMP, 106 vº.
Hipólito Raposo, O Minho, Lisboa 1984, p.123.
Ilídio de Araújo, «Jardins de Basto» in Guia de Portugal, IV, pp.1294-99.
http:/www.monumentos.pt/dgemn - (Inventário do Património Arquitectónico: Casa de São Romão, Corgo, Celorico de Basto, Braga).
Magalhães Bacelar, Memórias Genealógicas, ms. nº 1634 da BPMP, § 37.
Id., ibid., ms nº 1635 da BPMP, § 77.
Maria Adelaide Pereira de Moraes, Velhas Casas-Casa de Sezim, Guimarães 1985, pp.159-60.
Moura Coutinho, Descripção de Basto, ms. do Arquivo Particular da Casa de Telhô (freguesia de Arnoia, Celorico de Basto).
Id., Memórias Genealógicas.
P. F. de A. C. de M., História Antiga e Moderna da Sempre Leal e Antiquíssima Villa de Amarante..., Londres 1814, pp.76, 82, 84, 85, 86, 101, 192, 205, 216.
Pacheco de Carvalho, Pachecos, Lisboa 1985, pp.469-70.
Id., «Uma Guerra de Cem anos em Amarante» in Armas e Troféus, Lisboa 1961.
Pereira da Silva, Nobres Casas de Portugal.
Pinho Leal, Portugal Antigo e Moderno.
Portugal Económico Monumental e Artístico, Ed. Lusitana, pp.579-92.
Revista Raízes & Memórias - Orgão Periódico da Associação Portuguesa de Genealogia.
Sanches de Baena, Archivo Heraldico e Genealogico, Lisboa 1872.
Sotto Mayor Pizarro, Os Patronos do Mosteiro de Grijó - evolução e estrutura da família nobre nos sécs. XI a XIV, Barcelos, 1995.
Sousa Machado, Últimas Gerações d´Entre-Douro-e-Minho, II, Braga 1932, costado 212.
Vieira da Silva, José Custódio, Paços Medievais Portugueses, IPPAR, Lisboa 1995.

Data de atualização
27/04/2011
Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

Ganhe convites para a antestreia do filme "Memória"

Em parceria com a Films4You, oferecemos convites duplos para a antestreia do drama emocional protagonizado por Jessica Chastain, "MEMÓRIA", sobre uma assistente social cuja vida muda completamente após um reencontro inesperado com um antigo colega do secundário, revelando segredos do passado e novos caminhos para o futuro.

Visitas
93,726,620