Património Material
Casa da Quinta da Granja, pombal, nora, lagar e restantes anexos edificados
Decreto nº 2/96 de 06-03
Frei António de Lisboa, Mestre da Ordem de Cristo na época do reinado de D. João III, fez aquisições de várias propriedades destinadas à Ordem, entre as quais a Quinta da Granja, bela propriedade na margem direita do rio Nabão, a montante da cidade. Nesse local mandou erigir diversos edifícios para servirem de casa de convalescença (ou de recreio) aos monges da Ordem.
Na vasta casa principal, construída cerca de 1619 (data que figura no portão da propriedade), hoje subsistente, é de realçar a loggia palladiana de sete vãos sobre uma parede cega e encimada por um frontispício maneirista recortado, dividido em três corpos por pilastras rematadas por pináculos, no topo nascente, e várias salas decoradas com azulejos no 1º andar ou andar nobre. Uma dessas salas encontra-se totalmente revestida a azulejos sendo a parte inferior decorada com azulejos enxaquetados "de caixilho" em azul e branco e a parte superior guarnecida com azulejos do tipo "ponta de diamante", datáveis do início do séc. XVII. Esta sala poderá ter funcionado como capela, quer pela decoração quer ainda pela sua orientação em relação a Jerusalém, como era regra na Ordem. O esquema enxaquetado prolonga-se pela escadaria e na galeria de acesso à loggia maneirista que é o ex-libris da propriedade.
SALEMA, Vasco da Costa, «Os azulejos e a Capela da Casa da Granja», in Boletim Cultural e Informativo da Câmara Municipal de Tomar, Nº 11/12, Março de 1989.
VELOSO, Carlos, «Azulejos de Tomar e arredores do século XVI ao XVIII», in Boletim Cultural e Informativo da Câmara Municipal de Tomar, Nº 14, Março de 1991.
DIÁRIO DA REPÚBLICA, I Série B, nº 56 de 06-03-1996