Património Material
Capela de Santa Cristina e Cruzeiro adjacente
Trata-se de uma interessante capela rural, ao que se pensa construída no terceiro quartel de seiscentos (1659?), pelos Condes de S. Miguel.
A ermida tem por orago Santa Cristina protectora dos animais e pescadores. É da tradição, no dia do seu festejo (24 de Julho), levarem-se os animais ao adro do templo, junto ao cruzeiro aí existente, para serem benzidos e ficarem protegidos pela padroeira. Realizam-se nesta capela, cinco círios provenientes de diferentes localidades, entre o fim de Agosto e Setembro.
A fachada possui um portal sobre o qual se abre um grande janelão e um frontão com moldura em cantaria; dois campanários coroam a frontaria, tendo somente um deles o sino (datado de 1757). A lateral tem um alpendre suportado por colunas dóricas, sob o qual se encontram bancos em pedra que serviam para o descanso dos peregrinos que visitavam a ermida. De salientar, ainda, um relógio de sol datado de 1757.
No interior, é digno de registo a azulejaria policroma da época seiscentista, o revestimento com pinturas a fresco do tecto abobadado da capela-mor, o retábulo com colunas torsas, em talha dourada. A imagem da padroeira, datada do séc. XV ou XVI, em pedra policromada, com coroa de prata do séc. XVII, que se encontra sobre o trono altar-mor, é ladeada por duas tábuas seiscentistas, alusivas a Santa Cristina.
A ermida possui outros altares com valor, designadamente, o do lado da Epístola, cujo retábulo tem pinturas representando Nossa Senhora da Conceição entre a Rainha Santa Isabel e S. Domingos, e o do lado do Evangelho, com retábulo alusivo a uma cena da vida de Santo António.
Outras tábuas existentes referem-se ao Ermita Santo Antão, da primeira metade de quinhentos, e de S. João Baptista. O templo alberga, ainda, diversas telas e ex-votos. Na Sacristia guarda-se a caixa do círio da Marteleira, datado de 1754.
VILAR, Maria do Carmo, «Património Artístico da Azueira» in Boletim Cultural '93, Mafra, Câmara Municipal de Mafra, 1994.