A classificação abrange o alpendre, a cadeira de S. Gens, o presépio e o painel do séc. XVI. A capela primitiva, uma das mais antigas de Lisboa, foi fundada em 1147, tendo sido consagrada a S. Gens, bispo olisiponense que segundo a tradição teria sido martirizado no local onde foi erguida esta ermida. O templo serviu de oração aos frades Agostinhos, que junto edificaram habitações e o Eremitério de S. Gens.

Posteriormente, em meados do séc. XIII, foram entregues àquela Ordem terrenos que lhe permitiram ampliar as suas instalações e a respectiva ermida, sendo construído um pequeno convento.

O Terramoto de 1755 destruiu completamente a ermida, após o que foi reconstruída. O aspecto actual, datado de 1796, mostra a capela com telhado de duas águas, e um pequeno óculo na parte superior da fachada, sendo esta antecedida por um alpendre sustentado por nove pilares. Possui ainda uma torre sineira. O interior é de uma só nave, rectangular e cantos chanfrados. De salientar a azulejaria, pinturas murais, talha, esculturas, presépio atribuído a Machado de Castro e a cadeira de pedra que a tradição diz ter servido de assento ao patrono da capela.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.