"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Capela de Nossa Senhora da Lapa

Distrito: Lisboa
Concelho: Mafra

Tipo de Património
Património Material
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Contemporânea (Séc. XX)
Valor patrimonial
Valor de Memória
Descrição


A capela foi fundada em 9 de Agosto de 1936, após várias aparições ocorridas no lugar da Barreiralva.

Tanscreve-se parte do documento O Resumo e História da Fundação da Capela de Nossa Senhora da Lapa que constitui a versão cronológica mais divulgada das aparições:
"No dia 5 de Março de 1933 apareceu à Menina Júlia Bento, de 11 anos de idade do lugar da Barreiralva, filha de José Bento, na ocasião em que ia levar o almoço a uma sua irmã mais velha, um anjo com uma cruz ao peito e tocando uma campainha que lhe pendia do lado esquerdo da mesma cruz. A pequena chegou junto da irmã aterrorizada pelo que havia visto, dizendo-lhe a irmã que, efetivamente, também havia ouvido essa campainha ao que não havia ligado importância. Tendo contado o sucedido no povo, foi a pequena Júlia aconselhada por algumas devotas da povoação que não tivesse medo e que, no caso da visão lhe tornasse a aparecer, lhe perguntasse quem era e o que desejava. No dia 9 do mesmo mês tornou-lhe a aparecer o mesmo anjo, tendo-lhe a pequena perguntado quem era ao que o anjo respondeu: que não tivesse medo, que era um anjo do céu; dizendo que fizessem penitência e que ela avisasse o povo de que Nossa Senhora tinha gostado muito dos terços, só não tendo gostado do que se fez no último dia, porque pessoas que estavam de fora fizeram muitas ofensas a Deus; e disse também à pequena que rezassem o terço das Chagas de Nosso Senhor e o terço a Nossa Senhora (cinco Padres Nossos, cinco Avés Marias, cinco Glórias); e que se Nosso Senhor lhe desse licença, tornaria a aparecer. No dia 23 do mesmo mês, novamente apareceu o anjo da Cruz da Lapa a 3 pequenas que iam para a escola tendo-se assustado muito; tendo-o visto também outras duas vezes que foram para a escola à excepção de uma outra que também as acompanhava, que não tendo visto na primeira vez também nunca o chegou a ver. No domingo seguinte, foram algumas pessoas com a Júlia, a quem apareceu o primeiro anjo, para verificar se era verdade o que as outras viam e ela viu claramente que era um anjo, a sombra que as outras viam e não conseguiam definir. O anjo começou depois a acompanhá-la e lhe vinha anunciar que Nossa Senhora queria que lhe fizessem a Capela e que continuassem sempre com o terço. No dia 11 de Junho tendo a pequena com outras pessoas visitar o sítio da Lapa, Nossa Senhora ali lhe apareceu e falou, contando-lhe o primeiro milagre que seu Filho tinha feito quando pequenino, transformando a água em vinho, dizendo-lhe também que a água que aquela rocha vertia, tinha sido abençoada por Nosso Senhor, e que servia para curar muitas doenças desde que a ela recorressem com fé. Notou também que a Virgem trazia na mão um lindo jarro cheio de flores correndo dele um líquido muito parecido com vinho transparente, tendo a Virgem em seguida desaparecido. Em 15 do mesmo mês, que era dia do Corpo de Deus, ao formar-se o terço a Júlia disse ao povo que via a Nossa Senhora a aproximar-se acompanhada de muitos anjos. A pequena muito aflita, assim como uma sua irmã de treze anos de idade, perguntava ao povo se não ouviam tantos cânticos e toques muitos bonitos, cantados pelos anjos que rodeavam Nossa Senhora. Seguindo o terço para a Cruz da Lapa, a Júlia disse ao povo, após ali ter chegado, que Nosso Senhor estava dizendo Missa, transmitindo esta ao povo tudo quanto o Senhor fazia para que o povo o fizesse também. Nessa ocasião uma senhora de 60 anos de idade viu descer uma estrela muito linda e nela viu muito nitidamente representada a imagem de Nossa Senhora. Em virtude de tantas aparições e querendo o povo, quase reunido na sua totalidade, dar cumprimento aos desejos de Nossa Senhora, foram entre estes nomeadas várias comissões a fim de se erigir junto ao Cruzeiro de Nossa Senhora da Lapa a Capela do mesmo nome, lugar este por Nossa Senhora indicado e a qual devia ser feita somente por esmolas".

Morada
Barreiralva
2640
MAFRA
Fonte de informação
Câmara Municipal de Mafra
Bibliografia
GANDRA, Manuel J. [coord.], O Eterno Feminino no Aro de Mafra : Roteiro Monográfico, [Mafra], Câmara Municipal de Mafra, 1994.
Data de atualização
11/10/2022
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