Património Material
Aqueduto da Prata
É, igualmente, conhecido por Aqueduto da Água de Prata.
Foi fundado por D. João III, tendo os trabalhos sido iniciados cerca de 1532, dirigidos pelo Arquitecto-Mor da Casa Real, Francisco de Arruda.
A sua inauguração deu-se a 28 de Março de 1537, tendo presidido às cerimónias o monarca e a rainha D. Catarina de Áustria, o Senado, o bispo-infante D. Afonso e a Corte, com o lançamento das primeiras águas através dos leões do chafariz primitivo da Praça Grande (Geraldo), fonte desaparecida em 1570 por altura da demolição do célebre arco triunfal romano. O acto terminou com uma corrida de touros oferecidos pelos mercadores do povo.
A contribuição monetária da nobreza foi muito importante e, nessa altura, foram abertas algumas ruas, outras modificadas e expropriados alguns imóveis. São deste período as ruas do Salvador e Nova. O cano terminava com uma monumental torre de aspecto clássico, que abastecia o Paço Real e o Convento de S. Francisco, situado à frente do portal deste último, destruído em 1873.
O aqueduto foi bastante danificado em 1663 mas, aos poucos, foi sendo recuperado.
Prolonga-se por mais de 18 km, com origem nas minas da Graça do Divor, através de canalizações e arcaria de granito em estilo Renascença, encontrando-se o depósito central rodeado por doze colunas toscanas.
Esta obra mostra a sua feição mais imponente ao atravessar as Quintas da Torralva e da Cartuxa, a muralha da cerca nova e a Rua do Cano, encontrando-se neste ponto integrada no casario urbano, com evidentes características populares. O mais belo trecho artístico encontra-se na Estrada Nacional 370, junto das cercas da Cartuxa e da Torralva, e compõe-se de tripla arcada de alvenaria, ornamentada com nichos, colunata dórica, cúpulas de linhas radiadas, de gomos ovóides e pináculos como estilização de coroas imperiais. As esculturas de mármore que ornamentam as edículas superiores são modernas.
Idem, Évora, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1980.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.