"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Antiga Sinagoga de Tomar

Distrito: Santarém
Concelho: Tomar

Tebah da Sinagoga
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
Decreto nº 7621 de 29-7-1921; Z.P., D.G., 2ª série, nº 258 de 6-11-1946
Identificação Patrimonial
Monumento/Edifício
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Sinagoga
Valor patrimonial
Valor Histórico, Valor de Memória
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa
Uso atual
Museu Luso-Hebraico de Abraham Zacuto
Proprietário/Instituições responsáveis
Câmara Municipal de Tomar
Descrição

No centro da cidade, no local da antiga Judiaria, situa-se o único templo hebraico medieval português que subsiste em bom estado de conservação.

Está documentada a presença de uma comunidade judaica em Tomar, pelo menos, desde os primeiros anos do séc. XIV, mas que só virá a atingir maior influência no século XV, no âmbito do desenvolvimento económico da época dos Descobrimentos. A comunidade ocupava apenas um arruamento, a Rua da Judiaria, depois Rua Nova e hoje Rua Joaquim Jacinto. Apesar do número reduzido dos seus membros, a colónia judaica era próspera, tendo beneficiado da proteção do Infante D. Henrique, Mestre da Ordem de Cristo e condutor da política das Grandes Navegações, em Portugal.

A Sinagoga, que ainda hoje existe nesta rua, resultou de uma adaptação feita a partir de uma habitação para os serviços de culto. Foi usada e construída entre 1430 e 1460.

O local foi utilizado poucos anos como local de culto e reunião dos hebreus. Em dezembro de 1496 D. Manuel manda publicar um édito que dava aos judeus um prazo, até outubro de 1497, para se converterem ao cristianismo ou deixarem Portugal.

A sala de culto é de forma quadrangular com uma abóbada alta que se apoia em quatro colunas centrais. Nos quatro cantos da sala existem bilhas de barro incorporadas na parede, técnica tradicional que se destina a melhorar as condições acústicas.

Após a expulsão dos Judeus de Portugal, a sinagoga foi utilizada para diversos fins: como prisão na primeira metade do século XVI, como capela no século XVII, tendo sido transformada em armazém no século XIX. Assim foi encontrada, em 1920, por uma equipa de arqueólogos portugueses liderada pelo coronel Garcez Teixeira.

Em 1921 foi declarada Monumento Nacional e em 1923 o edifício foi adquirido por Samuel Schwartz. Em 1933 ele próprio deu início e financiou escavações e estudos. Em 1939 fez doação do edifício ao Estado com a condição expressa de ali instalar um Museu Luso-Hebraico, proposta aceite e ratificada no mesmo ano.

Do acervo do Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto, fazem parte várias pedras tumulares com inscrições em hebraico encontradas em todo o país e para aqui transferidas, ou cópias de algumas, que permanecem em outros museus arqueológicos, como o caso da pedra de Monchique, no Museu Arqueológico do Carmo, em Lisboa ou cópias em gesso, que permitem a avaliação geral do espólio tumular judaico em Portugal. Em 1985, iniciaram-se trabalhos de escavação dentro da Sinagoga, pondo a descoberto um esgoto com conduta em tijolo coberto com lages de pedra, um forno para aquecimento de água e um muro a partir do qual se faria o acesso ao banho sagrado para a purificação.
Descobriram-se na mesma altura várias moedas e material cerâmico diverso. O espólio encontra-se em exposição no Museu.

Núcleos mais importantes
 
Estado de Conservação
Morada
Rua Dr. Joaquim Jacinto, São João Baptista
2300
Tomar
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
FRANÇA, José-Augusto, Tomar, Lisboa, Presença, 1994, (Cidades e Vilas de Portugal, 18).

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. III, Lisboa, IPPAR, 1993.

Data de atualização
05/03/2014
Agenda
Ver mais eventos
Visitas
94,516,931