Património Material
Santuário do Bom Jesus do Monte
Faz parte da classificação o conjunto constituído pelo santuário, escadaria, capelas e pórtico.
O atual santuário, foi edificado no local de uma primitiva ermida, datada de 1494 e mandada construir pelo arcebispo D. Martinho da Costa.
A ermida foi substituída, em 1522, por indicação do arcebispo D. João da Guarda, por uma igreja maior e mais elaborada, restando dessa época o pórtico renascença, que dá acesso à escadaria monumental.
A devoção, outrora forte, foi diminuindo e a igreja degradando-se. Em 1629, um grupo de bracarenses decide criar a Irmandade do Bom Jesus do Monte e restabelecer a antiga devoção. A igreja é ampliada e restaurada, nascendo então a ideia de criar um santuário. São iniciadas as obras ao longo da inclinada encosta, edificando-se ermidas e albergues para os romeiros, adros, escadas e fontes. Em 1709, por motivo de litígio entre a confraria e o deão da sé de Braga, D. Francisco Pereira da Silva, os donativos destinados às obras do santuário foram deixando de ser aplicados naquele empreendimento, e o santuário foi-se deteriorando. No ano de 1723, por motivo de ameaça de ruína da construção renascentista, foi dada indicação pelo arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, para se efetuar nova edificação, sob o desenho do arquiteto Carlos Amarante, as obras foram concluídas 1784.
A imponente escadaria apresenta dezassete lanços, que divergem e convergem alternadamente e estão decorados com vasos, estátuas e fontes simbólicas. No seu primeiro lanço as duas primeiras capelas de uma via-sacra, com estruturas policromadas, da autoria de João Vieira, representam cenas da Paixão de Cristo. No penúltimo patamar, destaca-se o Terreiro de Moisés com a Fonte do Pelicano e na plataforma superior podem admirar-se oito esculturas representando figuras da Bíblia.
A fachada principal do templo mostra um pórtico flanqueado por quatro grandes colunas monolíticas e, entre estas, abrem-se dois nichos com esculturas dos profetas Jeremias e Isaías. Sobre o entablamento uma balustrada e quatro esculturas representando os Evangelistas.
Podem ser vistas, no interior da igreja, cópias de pinturas de Pedro Alexandrino (os originais encontram-se no museu anexo, que inclui ainda, no seu espólio, paramentos do séc. XVIII).
GIL, Júlio e CALVET, Nuno, As mais belas igrejas de Portugal, vol. I, Verbo, 1988.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, IPPAR, Lisboa, 1993.