Património Material
Quinta e Capela de S. João da Ramalha
A Quinta foi edificada no séc. XV, e até ao séc. XVIII foi conhecida como Quinta das Farinhas; a partir daí passou a ser designada por S. João da Ramalha, muito provavelmente devido à procissão que se destinava ao Oratório de Santo Antão na capela da quinta.
O Oratório foi erigido em 1456, por Fernão Gomes (mercador) e sua mulher. A Romaria contém aspectos iconográficos que a relacionam com a agricultura, os fiéis acreditam que o santo venerado favorece as colheitas. O evento religioso dura dois dias, partindo da igreja de Santiago e passando a noite na capela da quinta. No último dia a festividade realiza-se em sentido contrário, e o santo transporta uma coroa dos primeiros frutos apanhados na Ramalha e enfeitados com uvas.
A Quinta da Ramalha é constituída actualmente, pela casa de habitação, pátio, capela e pórtico da entrada, do séc. XVII-XVIII. Onde hoje funciona o Clube Recreativo da Ramalha, existiu uma adega e celeiro. Aí, as construções existentes e pertencentes ao clube, estão descaracterizadas.
No portal decorado com azulejos azuis e brancos, com a figura a imagem de S. João Baptista, podia ler-se o nome da Quinta e a data de 1872. Esta lápide foi deslocada da porta ogival, encontrando-se, presentemente, colocada na parede exterior, junto ao lado esquerdo de uma porta sem aquela característica.
Além de alterações várias, foram efectuadas nesta quinta, escavações arqueológicas, encontraram-se vestígios dos períodos Epipaleolítico e Neolítico.
AL-MADAN, nº 3, Maio- Nov.1984, nºs 4/5, Nov.1984 - Nov.1985, Centro Arqueológico de Almada.
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FLORES, Alexandre, Almada antiga e moderna - freguesia da Cova da Piedade, Câmara Municipal de Almada, 1990.
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