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Património Material

Palácio e Quinta da Bacalhoa em Vila Fresca de Azeitão

Distrito: Setúbal
Concelho: Setúbal

1512/17.jpg
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
16-06-1910; DG 136 de 23-06-1910 (Palácio); 2/96, DR 56 de 06-03-1996; Decl. de Rect. nº10-E/96 (Quinta) ZEP DG (II Série), n.º 174, de 29-07-1949; DR (II Série), n.º 263, de 13-11-1996, portaria n.º 255/96
Identificação Patrimonial
Conjunto
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XVI)
Tipologia original
Arquitectura Doméstica - Palácio
Valor patrimonial
Valor Histórico, Valor Artístico
Estilo(s)
Renascença, Maneirismo
Áreas Artísticas
Arquitectura Civil, Azulejaria, Pintura, Jardins
Uso atual
Habitação e Propriedade Agrícola
Proprietário/Instituições responsáveis
Privado
Descrição

Os primeiros proprietários do local onde se encontra a Quinta da Bacalhoa foram D. Brites e D. Fernando, irmão de D. Afonso V. Alguns anos após a morte da Infanta, em 1506, a propriedade foi adquirida por Brás de Albuquerque, filho de Afonso de Albuquerque, Vice-rei da Índia. Na Quinta, adquirida e edificada em 1528, é mais tarde construído o Palácio que sofreu diversas modificações.

Afonso Brás de Albuquerque, conhecedor e viajado filho do Vice-rei, estivera em vários países europeus, principalmente em Itália, de onde regressara em 1522, aderindo à estética italiana e divulgando-a entre nós. Considera-se o período de 1530 a 1554 (esta última data encontra-se gravada sobre o portal do terreiro) como sendo o provável para as obras efectuadas sobre a construção primitiva do palácio, a que se seguiria um outro período, até 1565, referente ao importante núcleo de azulejos renascentistas e maneiristas.

Para o historiador Reynaldo dos Santos, a traça do palácio pode dever-se ao arquitecto português Francisco de Arruda, pelas semelhanças que os cubelos da Bacalhoa têm com as guaritas cilíndricas de cúpulas hemiesféricas gomadas, da Torre de Belém, onde aquele mestre também trabalhara; ainda segundo aquele crítico, o trabalho dos medalhões da Bacalhoa, que se encontram na galeria norte, esculpidos em pedra da região, podem ser da autoria de Nicolau de Chanterene.

O palácio apresenta uma planta em L e está implantado no ângulo sudeste da quinta. Constitui com os seus jardins e loggia, um dos mais belos conjuntos da arquitectura civil da época. Encaixado no L da casa pode admirar-se um labiríntico jardim de buxos tendo por centro uma bela fonte.

No canto oposto ao palácio, encontra-se um amplo tanque junto do qual se destaca a conhecida Casa do Tanque; de grande beleza arquitectónica, é composta por três torreões equidistantes, de planta quadrada e cobertos por telhados de quatro águas, sendo ligados por duas belas galerias. O interior desta casa de prazer é decorada com azulejos maneiristas, sendo de salientar o trecho Susana e os Velhos, de 1565, baseado numa gravura de Aeneas Vico.
Podem ver-se ainda, dois pavilhões que se elevam a meio da quinta, um deles é designado por Casa das Índias devido às quatro pinturas que a decoram, alusivas aos feitos de Afonso de Albuquerque; o outro é conhecido por Casa das Pombas. A quinta tem distribuídas no seu espaço, uma série de capelas abobadadas da Via Sacra, uma vez que por aí passava a procissão do Domingo de Páscoa.

Todo o património que esta propriedade representa, foi herdado pelos sobrinhos de Afonso Brás de Albuquerque (os filhos morreram antes dele). Tendo por essa via chegado a D. Maria de Mendonça, cujo marido Jerónimo Manuel, que foi capitão-mor da armada de Goa, tinha por alcunha Bacalhau; a mulher passou a ser conhecida por Bacalhoa, passando esta alcunha para os descendentes, e mais tarde estendendo-se o nome ao palácio. Sabe-se que em 1890, foi herdada a propriedade pelo conde de Mesquitela, que a restaurou. Foi adquirida depois, por compra, pelo rei D. Carlos I. A partir de 1910, o conjunto sofreria toda uma série de compras e vendas que tiveram por desfecho a degradação quase completa do palácio. Só em 1937, D. Orlena Scoville, de origem norte-americana, teve a sensibilidade para salvar todo aquele património, reconstruindo-o criteriosamente. Veio a falecer em 1967.

Foi adquirida pela Fundação Berardo.

Núcleos mais importantes
Casa do Tanque
Estado de Conservação
Modo de funcionamento

Visitas de 3ª a Sábado, das 9h00 às 17h00 Contacto: Ana Matos Tel. +351 21 218 00 11/ 93 858 84 68

Morada
Estrada Nacional nº 10, Vila Fresca de Azeitão, São Simão
2925
AZEITÃO
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1982.

GIL, Júlio e CALVET, Nuno, Os mais belos Palácios de Portugal, Lisboa/S. Paulo, Editorial Verbo, 1992.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. III, IPPAR, 1993.

ROTEIRO CULTURAL DO CONCELHO DE SETÚBAL - AZEITÃO, Setúbal, Câmara Municipal de Setúbal, 1994.

Data de atualização
24/05/2011
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