Património Material
Mosteiro de Santo André de Rendufe
O Mosteiro de Santo André de Rendufe, considerado como uma das principais casas dos monges beneditinos em Portugal, apesar de não se saber quando foi construído, supõe-se que já existisse em 1151, data atribuída à sua primitiva igreja.
A classificação inclui o que resta do claustro, com nove tramos de arcadas em cada galeria, suportadas por colunas toscanas, e o chafariz do antigo convento da Ordem de S. Bento, datado do séc. XII. A fundação do mosteiro atribui-se a Egas Pais de Penegate, grande senhor das terras de Entre-Homem e Cávado, na época do Conde D. Henrique, sabendo-se já existir antes de 1090 pois, naquele ano, compareceu um abade de Rendufe num julgamento em Arouca.
Foi restaurado em 1551, tendo sido renovada a fachada da portaria, em 1638, dando-lhe um cunho quinhentista. Mais tarde, em 1716, reconstruiu-se o claustro e em 1728 remodelou-se o dormitório com dez celas para os monges e uma para o abade. Em 1877, quarenta e três anos depois da expulsão dos frades, um incêndio destruiu-o quase por completo. Razão essa, pela qual, atualmente, o Mosteiro de Rendufe não espelha o que outrora foi: um bastião da fé e do heroísmo nas Terras de Entre-Homem e Cávado.
A única parte do Mosteiro que ainda é utilizada corresponde à igreja, a qual foi reedificada entre 1716 e 1719. A sua fachada é simétrica, flanqueada por duas torres sineiras, destacando-se os frontões, a portada central, encimada por três janelas de igual tamanho, e os nichos com imagens. No interior salientam-se o teto em abóbada de berço, o retábulo de talha dourada, a magnífica talha em estilo barroco-rococó, o coro e um dos dois órgãos que ainda subsiste. As obras da reforma, no interior, iniciaram-se cerca de 1725, tendo sido retirada a abóbada da capela-mor e construída a capela do Santíssimo Sacramento, em estilo pombalino. A fonte do terreiro é uma bela peça de 1740-1743 e ostenta as armas da Ordem.
SILVA, Domingos M. da, "Monografia de Entre-Homem e Cávado".
SOUSA, José Rigaud de, "Mosteiros do Concelho de Amares", nº 2.