"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Distrito: Coimbra
Concelho: Coimbra

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Monumento Nacional
Proteção Jurídica
Decreto de 16-6-1910; Z.E.P., D.G., 2ª Série, nº 174 de 26-7-1954
Identificação Patrimonial
Conjunto
Época(s) Dominante(s)
Medieval
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Conventual/Monástica
Valor patrimonial
Valor Histórico, Valor Artístico
Estilo(s)
Gótico
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa
Proprietário/Instituições responsáveis
Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico - IPPAR
Descrição

Construção fundada no séc. XIII da qual apenas há notícias já de obras de acrescento para acolhimento de monjas clarissas, em 1286 ordenadas por D. Mor Dias.

Em 1314, o mosteiro foi reformado por iniciativa de D. Isabel de Aragão, tendo nessa altura sido o arquitecto Domingos Domingues (que tinha trabalhado no claustro do Mosteiro de Alcobaça) um dos responsáveis pela configuração que o mosteiro tem hoje em dia. Marcado por uma forte carga histórica e mítica, o mosteiro foi logo em 1331 inundado pelas águas do Mondego: começou na igreja, chegando a cobrir o túmulo mandado construir pela Rainha Santa.

No século XVII o assoreamento era de tal ordem que se decidiu construir, a meia altura da nave, um novo pavimento, entregando às águas o andar inferior. As freiras abandonaram definitivamente o convento em 1677, tendo-se mudado para o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, e, à entrada do século XIX, a igreja estava transformada em celeiro e curral.


No interior, apresenta três naves de sete tramos, sendo a nave central coberta por por uma abóbada de berço e, as colaterais, por abóbadas de arcos cruzados. A cabeceira mostra uma capela-mor tripartida de ábside poligonal e duas laterais. De destacar ainda, o portal, a rosácea da fachada ocidental e a arcaria das naves.

Intervenções e Restauros

A igreja esteve em parte escondida por cerca de quatro metros de lodo consolidado a que se somam cinco metros de água quando, em 1976, foi adquirida pelo Estado.

Na primeira fase da obra, que teve início em 1995, foi consolidada a estrutura, renovada a cobertura e limpas as pedras do edifício.

Na segunda fase, procedeu-se à limpeza dos cerca de 2400 metros cúbicos de lodo consolidado, acumulado no interior da igreja, através de avançados meios tecnológicos, que incluem a utilização de máquinas vibradoras para proceder à desagregação do lodo e a sua remoção através de um método de aspiração. Todo este processo foi acompanhado por um arqueólogo que avaliou o espólio arqueológico, e por um mergulhador. A água permanece no interior do monumento de modo a que graças ao sistema de iluminação se aprecie a parte submersa da igreja. O projecto, da equipa do arquitecto João Rapagão inclui o percurso exterior à igreja, do lado Sul, e o acesso interior garantido por um passadiço metálico revestido a lajetas de pedra, o mesmo material do pavimento instalado a meia altura da nave.

A importância dos achados arqueológicos tornou esta campanha de recuperação numa referência de Arqueologia Medieval.

in Diário de Notícias - 17 de Dezembro de 2008 - texto de Davide Pinheiro

Depois de 17 anos de recuperação, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, abre hoje parcialmente ao público. O edifício foi requalificado, num projecto avaliado em 7,5 milhões de euros, e conta agora com um centro interpretativo que acolhe "a história do sítio", revelou à Lusa o coordenador da intervenção Artur Côrte-Real. "Para além do olhar sobre a beleza plástica do monumento, queremos que os visitantes conheçam este universo riquíssimo associado a Isabel de Aragão e a Inês de Castro", acrescentou também o arqueólogo.

Este novo centro consiste num edifício de mil metros quadrados, com funções museológicas, dotado de um auditório, salas de exposições, uma loja e uma cafetaria.

Programas e Projetos

Obras de recuperação: de iniciativa do IPPAR, foi desenvolvido segundo o projecto da equipa do arquitecto João Rapagão.

Modo de funcionamento
Para mais informações contacte a Câmara Municipal de Coimbra, Paços do Município Morada: Praça 8 de Maio - 3000-300 Coimbra Tel.: 239 857 500 Linha Verde: 800 202 126 E-mail: geral@cm-coimbra.pt
Morada
Rua das Parreiras, Santa Clara
3040-266
COIMBRA
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, Selecções do Reader's Digest, 1982.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, Lisboa, IPPAR, 1993.

Data de atualização
22/12/2009
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