Património Material
Igreja e Convento de Santa Maria de Aguiar de Riba-Côa
Situado na base da colina onde se encontra o povoado fortificado de Castelo Rodrigo, é um convento de Cister que apresenta notáveis características arquitectónicas do gótico mendicante. Tem na sua origem um velho mosteiro da regra de S. Bento transformado em abadia cisterciense na segunda metade do século XII. Abrigava uma pequena comunidade monástica e era o centro religioso e cultural das Terras de Aguiar (nome dado a este território no reinado de D. Afonso Henriques), conhecidas a partir do reinado de D. Dinis por terras de Riba-Côa ou de Além Côa. Entre 1169 e 1297 entre a batalha de Badajoz e o Tratado de Alcanices) esteve integrado no reino de Leão. Depois da sua entrada definitiva no território de Portugal passou a depender do mosteiro cisterciense de S. João de Tarouca, ficando conhecido por Convento de Santa Maria de Aguiar de Riba-Côa. O edifício que hoje conhecemos data do século XIII e fazia parte de um projecto arquitectónico mais vasto grande parte já desaparecido ou em ruínas. A igreja apresenta planta de três naves e transepto. O exterior apresenta grandes contrafortes na fachada com portal e janelão superior rasgados por arcos quebrados góticos. O templo apresenta muitas semelhanças com outros edifícios religiosos do gótico mendicante em Portugal nomeadamente com Santa Clara-a-Velha em Coimbra. No entanto a planta do conjunto monástico e a distribuição dos vários espaços em volta do antigo claustro baseia-se em composição e escala no gótico internacional de tipo cisterciense. Algumas intervenções do século XVI deixaram as sua marcas no edíficio nomeadamente a porta manuelina de ligação entre o transepto e a sacristia. No século XVIII as obras de remodelação atestam a integração do mosteiro na dependência de Alcobaça, da cabeça da Ordem em Portugal, com a colocação das armas cistercienses e o escudo nacional na ala da hospedaria, com data de 1704.
Algumas figuras notáveis da nossa cultura artística e literária aqui viveram algum tempo integrados em funções da ordem religiosa cisterciense com destaque para Frei Bernardo de Brito.
A igreja encontra-se num estado de conservação razoável mas as restantes dependências (sala do Capítulo, dormitório dos Frades) encontram-se ameaçados por eminente ruína.