Património Material
Igreja do antigo Colégio dos Jesuítas, atualmente Palácio dos Capitães-Generais
A construção do Colégio da Companhia de Jesus foi começada em inícios do séc. XVII e o Pátio de Estudos, que poderemos considerar pertencente ao colégio se bem que era um edifício independente, foi inaugurado em 1678.
A igreja do majestoso edifício, segue as linhas construtivas na estética das igrejas-salão do estilo-chão nacional, definidas pela Companhia nos seus variados templos construídos em praticamente todos os núcleos da expansão portuguesa. A servir de pedestal ao edifício religioso, ergue-se uma escadaria que acompanha a fachada em toda a sua largura.
A igreja é de uma só nave, com o teto abobadado em caixotões e forrado de madeira de cedro proveniente da ilha das Flores. De cada lado do corpo da igreja, existem três capelas fundas, protegidas por balaustradas em madeira de jacarandá. Destacamos a da Capela lateral do Senhor dos passos onde tem sob o jacarandá, embutidos em marfim. Sobre as capelas laterais correm largas galerias que dão para o interior da igreja através de grandes tribunas, que eram ocupadas ao tempo pelos nobres por ocasião das festas religiosas. O templo apresenta uma magnífica decoração em talha dourada, esculturas e pinturas dos períodos maneirista e barroco; destaca-se ainda, a coleção de paramentos góticos ingleses. A decoração a ouro aplicada diretamente sobre a pedra lavrada revela algum gosto pelos exotismos e orientalismos da arte das então colónias. Na sacristia existe um painel de azulejos que se estima terem vindo da Holanda, e aqui colocados, juntamente com outros dois painéis laterais, de origem portuguesa.
O Palácio tem uma planta retangular com um pequeno pátio interior ajardinado ao centro. A ala norte do edifício é formada salas amplas (cinco), que se destinavam à residência dos capitães-generais e mais tarde dos governadores civis.
O acervo do Palácio é constituído por várias coleções, numa baliza cronológica dentro dos sécs. XVIII e XIX, sendo de destacar as de porcelana chinesa de exportação, mobiliário e pintura a óleo. Realçe para a Sala dos Reis, onde se encontra um conjunto de pinturas a óleo com retratos régios até D. João VI.
Quando os jesuítas foram expulsos do reino, por determinação pombalina, o edifício foi transformado em Palácio dos Capitães-Generais, sendo sede da Capitania-Geral entre os séculos XVIII e XIX. Atualmente, alberga na sua ala Sul a administração da Vice-Presidência, e na ala Norte conjuga um percurso museológico visitável com uma das residências oficiais da Presidência da Região Autónoma dos Açores.
Agradecimento especial a Teresa Mendes, do Palácio dos Capitães-Generais, que corrigiu e aualizou a informação aqui disponibilizada.