Património Material
Convento do Beato António
A classificação abrange a igreja, o claustro, o refeitório e a escada de acesso ao piso superior com os elementos que lhe estão adjacentes. Está a ser recuperado. Contém, no seu espólio, interessantes vestígios de arqueologia industrial. Foi um belo templo, de alta fachada de cantaria coroada por duas torres e várias pirâmides. Pertenceu à Congregação de S. João Evangelista, cujo convento, actualmente, abriga casas particulares, fábricas e armazéns. O convento foi fundado pela rainha D. Isabel, esposa de D. Afonso V, tendo, mais tarde, sofrido diversos aumentos e reconstruções. A construção da igreja iniciou-se no reinado de D. Sebastião, segundo a vontade do cónego António da Conceição, beatificado no séc. XVIII e desde então conhecido por Beato António. O seu nome foi dado à igreja, que tinha a invocação de S. Bento de Xabregas, assim como ao sítio. Estão relacionadas com este convento algumas memórias históricas do reinado de D. Sebastião, pois este rei visitava frequentemente o cónego António da Conceição, pedindo-lhe conselhos sobre assuntos de Estado, venerando-o devido às suas virtudes. O templo foi um dos maiores e melhor edificados da cidade e resistiu ao terramoto de 1755 mas, foi profanado após a extinção das ordens religiosas e despojado dos seus adornos, assim como de tudo o que servia o culto religioso. Na igreja do Beato António funcionou, na década de 50 do século passado, a moagem a vapor de João de Brito e ainda se pode ver a abside com duas antigas chaminés de tijolo dessa moagem.
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.