Património Material
Convento de Santo António
Situado na zona periférica de Loulé, o Convento de Santo António é um dos monumentos que melhor reflete a dinâmica conventual da cidade. Uma primeira fundação, no século XVI (1546), dos Capuchos da Província da Piedade, não chegou aos nossos dias, pois já pelos meados do século seguinte estava bastante arruinada e o espaço não era adequado às necessidades da congregação. Desta forma, o edifício que, na atualidade, parcialmente se conserva, resulta da construção iniciada em 1675, cuja primeira pedra foi solenemente depositada a 11 de agosto desse ano. O principal responsável por este novo empreendimento foi o bispo do Algarve, D. Francisco Barreto, que impulsionou decisivamente a nova construção. Esta, prolongou-se até ao final do século XVII, transferindo-se a comunidade em 1692.
A arquitetura do espaço insere-se na linguagem do “estilo chão” marcada pela sobriedade arquitetónica característica dos ideais franciscanos dos Capuchos, e apresenta vestígios de acrescentos do século XVIII, nomeadamente do período pós-Terramoto de 1755. O claustro, ainda na forma original, mantém os seus três arcos por banda assentes em pilares quadrangulares de pedra, com arcos de volta perfeita no piso inferior e abatidos no piso superior. Das abóbadas do claustro restam apenas as do piso térreo. É notória a predominância da austeridade e a ausência de decoração.
Após a extinção das ordens religiosas em 1834 este espaço conheceu múltiplas utilizações, entre estas destacam-se uma Fábrica de Curtumes e a sua utilização para habitação, até que, na década de 80 do século XX, foi restaurado o espaço da Igreja que desde então serve vários propósitos culturais. Na atualidade, o Convento funciona como espaço cultural, albergando exposições temporárias.
MARADO, Catarina Almeida – Antigos Conventos do Algarve. Um Percurso pelo Património da Região, s.l, Edições Colibri, 2006.
CARRUSCA, Susana, Loulé: O património artístico. Loulé, Câmara Municipal, 2001, p. 114-115.