Situadas a cerca de 2 km de Alfaiates e a pouco mais de Aldeia da Ponte, as ruínas do antigo Mosteiro de Nossa Senhora de Sacaparte, inserem-se hoje na construção do Santuário de Nossa Senhora da Póvoa. Este apresenta portal de acesso ao terreiro das romarias que ali culminam anualmente, para o que existe um amplo telheiro que serve de albergaria e a capela, com um cruzeiro em granito à frente. Reformada em 1726, a capela conserva uma janela quinhentista de devoção, em lanternim.

Por detrás encontra-se o remanescente do edifício granítico de devoção à Nossa Senhora de Sacaparte, Convento fundado em 1726 e tendo pertencido à Ordem dos Agonisantes, criada por Clemente XI em 1709. Na sua fachada destaca-se uma imponente chaminé quatrocentista, no alçado Norte. No interior das ruínas sobressai uma fonte decorada de carrancas, na época o lavabo da sacristia.

Reza a lenda, segundo Pinho Leal, que a construção do templo se deveu a uma promessa feita no decorrer de um prélio travado entre D. Sancho, rei de Castela e o influente fidalgo D. Álvaro Nunes de Lara, que levou a população de Alfaiates, temendo pela sua vila, a rogar a Nossa Senhora que "sacasse à parte" ambos os adversários. Assim terá tido origem o nome do convento posteriormente erigido. Segundo outros relatos, a fundação do convento deveu-se a D. Dinis, que nos seus passeios a cavalo pela região, terá decidido mandar reedificar a capela ali existente.

Notória é também a fonte que corre junto à antiga cerca do templo, pois no dizer popular local, trata-se de uma água com propriedades terapêuticas.