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Património Material

Convento de Nossa Senhora dos Remédios

Distrito: Évora
Concelho: Évora

Tipo de Património
Património Material
Identificação Patrimonial
Conjunto
Época(s) Dominante(s)
Moderna (Séc. XV a XVIII)
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Conventual/Monástica
Valor patrimonial
Valor Artístico, Valor Histórico
Estilo(s)
Renascença, Maneirista, Barroco, Rococó
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa, Azulejaria, Escultura, Mármore, Mobiliário, Talha
Descrição

A fundação deste convento, em 1594, dos carmelitas descalços, deve-se ao arcebispo D. Teotónio de Bragança, amigo de Santa Teresa de Jesus, inicialmente situado na Rua do Raimundo, local mais tarde ocupado pela ermida de Nossa Senhora de Brotas.
Em 1601, foi transferido para o largo da Porta de Alconchel, tendo sido sagrado em 1614, com subsídios do fidalgo Álvaro de Miranda Henriques, sob a protecção do novo padroeiro, D. José de Melo. Este último jaz no presbitério, num sumptuoso mausoléu em mármore, esculpido por Pedro Álvares Moniz, oficial de pedreiro de Estremoz.
O edifício encontra-se junto da torre de Menagem da cerca nova e da estrada para Lisboa e, devido à sua localização, foi bastante atingido pelas guerras de 1663, contra os espanhóis de Filipe IV e os soldados de Napoleão, os quais exerceram represálias sobre os frades, por terem apoiado os defensores.
Desde 1840 que se encontra instalado na cerca monástica o cemitério público da cidade, em cuja entrada foi reconstituído o grandioso arco da Renascença, de mármore branco, vindo do demolido templo de S. Domingos e atribuído ao escultor Chanterenne (1537-38).
O convento tem uma aparência exterior simples e austera, característica da arquitectura maneirista e pré-barroca das regras tridentinas, embora com linhas pitorescas nos portais, no alpendre (sobrepujado pela imagem titular, em pedra) e nos telhados de quatro águas.
O interior da igreja é de nave única, com coro transepto, rematado por cúpula de secção piramidal, presbitério e um bom núcleo de altares de talha dourada. Salienta-se a capela-mor, com notáveis retábulos de talha dourada e o púlpito, de transição barroco-rococó, devido ao cinzel dos irmãos eborenses Manuel e Sebastião Abreu do Ó (cerca de 1760).
Igualmente dignas de menção são as esculturas de lenho: Santa Teresa de Ávila, São José, S. Simão Stock e S. João da Cruz.
O claustro, uma obra filipina de arcaria granítica, terminada em 1619, apresenta dois frontais de azulejos policromos, armoreados, com motivos de inspiração oriental.
Na sacristia, além do belo arcaz de madeiras exóticas, encontra-se um curioso núcleo de relicários do séc. XVIII, dourados, assim como um silhar de azulejos barrocos, a azul e branco, com bonito desenho floral.

Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
ALVES, Afonso Manuel, Évora a Cal e a Pedra, Publicações D. Quixote, Lisboa, 1990.

ESPANCA, Túlio, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.

Data de atualização
22/08/2008
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