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Património Material

Conjunto da Igreja de Nossa Senhora do Cabo, Casa dos Círios e Terreiro no Cabo Espichel

Distrito: Setúbal
Concelho: Sesimbra

Cabo_espichel
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
Decreto nº 37728 de 5/1/1950. Z.E.P., D.G. 2ª série, nº 280 de 29/11/1963.
Identificação Patrimonial
Conjunto
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Santuário
Proprietário/Instituições responsáveis
Confraria da Senhora do Cabo Espichel
Descrição

Situada no Cabo Espichel e com a antiga denominação de Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, conta a lenda que terá aqui havido uma aparição de Nossa Senhora. Conta-se que a Virgem terá aparecido na praia montada numa mula e que esta, ao trepar pela rocha acima, deixaria aí as marcas das suas patas. Em homenagem à Virgem foi construída nesse lugar a ermida a que chamaram de Pedra Mua.

É desconhecida a origem do culto a Nossa Senhora do Cabo, havendo autores que referenciam o ano de 1215 por altura do milagre que salvou a tripulação de um mercador inglês após naufrágio junto ao Cabo Espichel ("Promontório Barbárico" para os antigos geógrafos). Outros autores sustentam que o culto remonta ao ano de 1410, data da descoberta na extremidade do Cabo Espichel da Imagem de Nossa Senhora do Cabo pelos velhos da Caparica e de Alcabideche. Este culto está impresso na iconografia dos painéis de azulejos na ermida.

A Casa dos Círios, também conhecida como ermida da Memória, é o elemento mais antigo do conjunto e está no lugar onde terá sido encontrada a imagem. Remonta ao século XV e apresenta planta retangular com cúpula boleada. Aliás, a construção de todo o conjunto remonta ao início do séc. XV. O que hoje observamos é já o resultado da intervenção setecentista ordenada por D. Pedro II uma vez que o culto a Nossa Senhora do Cabo e os círios traziam muito movimento ao Cabo Espichel.

As casas para albergar os peregrinos já existiriam, mas espalhadas pela área. A intervenção setecentista mudou esta realidade e começou pela igreja em 1701, pensando-se que terá ficado concluída, no exterior em 1707, e no interior em 1740, data em que Lourenço da Cunha pintou o teto.

A Igreja é estilo chão com a fachada ladeada por duas torres sineiras e com três portais térreos encimados por outras tantas janelas e terminada por frontão triangular com elementos barrocos. No interior merecem destaque os mármores brancos e negros a enquadrar 10 altares de talha vulgar, sobre os quais se exibem telas relativas a episódios da Vida da Virgem. A imagem de Nossa Senhora do Cabo está na capela-mor. Na sacristia, importa referir as tábuas do denominado Mestre da Lourinhã.

As duas fileiras de casas para os peregrinos terão sido construídas a partir de 1715, tendo apenas terminado entre 1745 e 1760. A sua configuração em relação com a igreja realça a cenografia do templo, criando em simultâneo um jogo de claro-escuro através da arcaria e janelas do piso superior em que a arquitetura saloia ganha grande interesse e monumentalidade.

O terreiro é a zona de arraial. Digna de referência é também a Casa da Água, de 1770, onde termina o aqueduto da Azóia. Com planta hexagonal é antecedida por uma escadaria e tem traçado classicista.

Núcleos mais importantes
Casa dos Círios, Igreja, Casa da Água
Modo de funcionamento
Posto Turismo:
Inverno :: 1 de outubro a 31 de maio > 09h00 - 12h30 - 14h00 - 17h30 (todos os dias)
Verão :: 1 de junho a 30 de setembro > 09h00 - 20h00 (todos os dias)
Morada
A ocidente da Vila de Sesimbra
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Bibliografia
LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. II, Lisboa, IPPAR, 1993.
Data de atualização
20/08/2014
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