"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Património Material

Coliseu dos Recreios e edifício da Sociedade de Geografia

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
2/96, DR 56 de 06-03-1996
Identificação Patrimonial
Conjunto
Época(s) Dominante(s)
Contemporânea (Séc. XIX)
Tipologia original
Arquitectura Civil - Equipamentos de Cultura e Recreio
Áreas Artísticas
Arquitectura do Ferro
Uso atual
Coliseu: sala de espetáculos / Sociedade de Geografia
Proprietário/Instituições responsáveis
Coliseu: Ricardo Covões S.A. / Sociedade de Geografia
Descrição

O Coliseu dos Recreios

Após a demolição do Circo Price no âmbito da construção da Avenida da Liberdade, Lisboa ficou desprovida de uma sala digna de grandes espetáculos.

Imbuídos de espírito nacionalista, um grupo de artistas fundou a Sociedade dos Recreios Lisbonenses em 1887. O seu principal mentor foi Whitoyne (um palhaço do Circo Whitoyne), que muito contribuiu para o desenvolvimento da arte circense, e para o projeto de construção de um edifício monumental, onde se pudessem apresentar as artes do espetáculo. Os terrenos escolhidos para a edificação do Coliseu, situados na Rua das Portas de Santo Antão, eram terrenos incultos entre a Igreja de Santo Antão e outros prédios, e o processo de aquisição dos mesmos, problemático, fez adiar as obras até 1890.
O projeto foi entregue a dois arquitetos franceses: Goulard e Bauer, (Goulard faleceu antes da conclusão do projeto, e foi substituído pelo filho).
O Coliseu foi inaugurado a 14 de agosto de 1890, ainda antes de a fachada estar concluída.

No seu aspeto arquitetónico salienta-se o telhado de ferro, bem como a cúpula também em ferro, com cerca de 25m de raio. Em 1992 modernizaram-se infraestruturas, equipamentos técnicos, cénicos, acústicos e de segurança, respeitando as características fundamentais desta sala de espetáculos. Porém, o velho palco de madeira foi demolido para dar lugar a uma de estrutura em betão armado, dotado de sub-palco e fosso de orquestra. O lustre que foi instalado no centro da cobertura metálica, é constituído por uma esfera de 3,5m de diâmetro com doze pequenos satélites, e é sustentado por uma estrutura que também serve de apoio a instrumentos de iluminação da sala. A plateia também foi renovada, tornando-a adaptável a espetáculos circenses. Para melhorar o som, iluminação e legendagem foram instaladas novas "régies" ao longo do corredor que envolve o topo da bancada geral. A atual decoração fez alterar o seu antigo ambiente, tendo sido concebida pela equipa do arquiteto Maurício de Vasconcellos e o mobiliário ficou a cargo do prof. Daciano da Costa.

Foi alvo de grande renovação na década de 90 do séc. XX, tendo terminado em 1994.

A Sociedade de Geografia de Lisboa

F
oi fundada em 1875, tendo tido várias sedes antes de se fixar na Rua das Portas de Santo Antão, anexa ao Coliseu dos Recreios. O edifício foi construído em 1897 pelo arquiteto José Luís Monteiro.

Constituída por três andares, encontramos no primeiro piso o vestíbulo e o bar-restaurante. No segundo andar destaca-se a Sala de Lisboa onde funciona a Biblioteca, contendo inúmeros volumes, cartas cartográficas e plantas geográficas. Preciosos são também os manuscritos da casa Vidigueira, os desenhos do pintor George Chinnery e o atlas do visconde de Santarém. A Sala de Portugal, situada no terceiro piso é um enorme salão com dois andares de galerias sustentadas por estruturas metálicas com pilares e capitéis classicizantes. O acesso às galerias é feito por escadarias de ferro fundido. É nesta bela sala, testemunha da arquitetura de ferro dos finais do séc. XIX, que decorrem as reuniões da Sociedade de Geografia.

No interior do edifício foi criado o Museu Colonial e Etnográfico contendo peças que evidenciam a presença portuguesa nos vários continentes. As restantes salas são decoradas com estátuas dos escultores Simões de Almeida e Victor Bastos representando Vasco da Gama, Infante D. Henrique, Luís de Camões, Pedro Nunes, Azurara e Corte Real, e retratos a óleo de Luciano Cordeiro (um dos fundadores da Sociedade de Geografia) da autoria de Malhoa.


Sala de convívio dos sócios


Biblioteca


Sala Portugal

Morada
Rua das Portas de Santo Antão, 92 a 104, e no Beco de São Luís da Pena, 18 e 32
1150-269
Lisboa
Telefone
213 240 580
Fax
213 420 434
Bibliografia
BERGER, Francisco Gentil; BISSAU, Luís; TOUSSAINT, Michel (coord.), Guia de Arquitectura : Lisboa 94, Lisboa: Associação dos Arquitectos Portugueses, Sociedade Lisboa 94, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, 1994.

DIÁRIO DA REPÚBLICA, I Série B- Nº 56 de 06-03-1996

FERREIRA, Fátima Cordeiro G.; CARVALHO, José Silva ; PONTE, Teresa Nunes da (coord.), Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa , Lisboa, Associação dos Arquitectos Portugueses, 1997.

SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, Carlos Quintas & Associados - consultores, Lda., 1994.

Data de atualização
22/10/2014
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