Este convento, igualmente conhecido por Convento de Santa Helena do Monte Calvário, foi fundado pela Infanta D. Maria de Portugal, filha de D. Manuel I e de D. Leonor de Áustria, em 1570, na primitiva ermida de Vera Cruz.
Pertencente à Ordem Franciscana, a clausura começou em 1574, sendo o estilo de vida destas religiosas de extrema pobreza e sacrifícios.
As linhas arquitectónicas deste edifício seguem a orientação tridentina da contra-reforma, tendo sido projectado por Afonso Álvares, mestre das obras da Comarca do Alentejo, e construído por Mateus Neto, conservador do Aqueduto da Água de Prata.
O templo encontra-se fortemente contrafortado, apresenta planta rectangular, nave única revestida de azulejos setecentistas e cobertura em abóbada de caixotões, de estuque. Destaca-se um retábulo de talha dourada, em estilo barroco, e painéis de pintura atribuídos ao mestre Simão Rodrigues, de Lisboa, de grande mérito artístico.
A abóbada da capela-mor tem pinturas a fresco e o coro-alto conserva o cadeiral, esculpido em madeira de carvalho, do início do estilo rococó, e um tríptico maneirista, do séc. XVI, que representa o "Calvário".

O claustro, renascença, de feição austera mas bastante equilibrado, compõe-se de dois pisos de colunata da ordem toscana, de granito, e tem planta rectangular. No piso superior encontravam-se pitorescas celas e capelas.
A Sala do Capítulo e o Refeitório são dependências da segunda metade do séc. XVI, bastante valiosas ao nível arquitectural, azulejar e pictural. No refeitório encontra-se uma pintura sobre madeira, representando a Ceia, Santa Clara e S. Francisco, possivelmente de feitura fradesca mas, copiando um painel toledano de Luís Tristán.

ALVES, Afonso Manuel, Évora a Cal e a Pedra, Publicações D. Quixote, Lisboa, 1990.

ESPANCA, Túlio, Évora - Encontro com a Cidade, Câmara Municipal de Évora, Évora, 1988.

LOPES, Flávio (coord.), Património Classificado - Arquitectónico e Arqueológico - inventário, vol. I, Lisboa, IPPAR, 1993.