Património Material
Quinta da Palma
Pertenciam estas terras aos duques do Cadaval até serem oferecidas por D. Jaime ao arquitecto Ludovice. Entre 1715 e 1735, com a colaboração dos operários que à altura trabalhavam em Mafra, leva a cabo a construção de dois corpos distintos, na linha dos pavilhões rústicos franceses, de que os contornos compositivos patenteiam ainda um gosto clássico. Como contraponto a essa sobriedade foi posterirmente construido um portal unindo os dois pavilhões, cujo remate barroco recorre a motivos ornamentais de cariz ondulante e caprichoso, complementando este movimento com o dinamismo de degraus que disfarçam o desnível de terreno. No interior, no pavilhão da esquerda abre-se um grandioso salão bem como uma sala de jantar revestida por seis paineis pintados a fresco, com a representação do bucolísmo campestre. No da direita encontra-se a capela famíliar, um pequeno oratório cujo altar data de inícios do século XIX. Os jardins estruturam-se em socalcos tirando dessa forma melhor proveito da inclinação do solo, sabendo-se para isso diferenciar os diferentes níveis com muros revestidos a azulejo azul e branco e através deles miscigenam-se num só espaço o mundo mitológico e o humano. Ambos disfrutam a vegetação, os ares e a beleza das águas proveitadas para encher o grande tanque circular, onde num medalhão de azulejo com uma inscrição em latim se refere que "Assim, por mim, graças a estas doces águas, a palma rejuvenesce- 1788". Esses azulejos com alusões à mitologia foram já colocados após a venda da propriedade por D. Carlota Ludovice, descendente do arquitecto, ao Almirante de Brion.