Património Material
Quinta da Bela Vista / Quinta da Capela / Quinta da Piedade
Propriedade dos duques de Cadaval, a Quinta da Capela é uma construção iniciada cerca de 1710 por iniciativa do terceiro duque de Cadaval D. Jaime tendo sofrido consideravelmente os efeitos do terramoto de 1755, pelo que foi alvo de obras de reconstrução dezoito anos depois. Situada no topo de uma colina, aquela que actualmente funciona como estalagem, organiza-se em diversos corpos que englobam tanto a zona de residência como estruturas de apoio à quinta, numa construção sóbria de carácter rústico onde se distingue um evidente gosto italianizante. A capela da quinta, alusiva a Nossa Senhora da Piedade, foi provavelmente construida no século XVI e restaurada em 1721, recebendo o revestimento azulejar azul e branco com representações da vida de Cristo de autoria provavel de António de Oliveira Bernardes. O culto de Nossa Senhora da Piedade e a sua festa em Setembro ficaram célebres na região, em especial a que ocorreu em 1720, à qual se dirigiram gentes de todo o lado incluindo o monarca e sua corte. Encantadores são os jardins que misturam uma plataforma verdejante onde o cuidado com os arbustos, flores e relva é evidente, com uma zona mais selvagem onde a vegetação cresce naturalmente. O quarto duque D. Nuno vai, em 1770, mandar edificar aquela que recebe o nome de Quinta da Bela Vista por se situar a um nível mais elevado que a da Capela. Foi inicialmente um pavilhão, sendo acrescentada com um novo andar no século XIX, o que veio alterar a precepção do edifício na sua originalidade. Destaca-se a escadaria que se desenvolve ocupando todo o pátio de entrada, e na qual se destaca o revestimento a azulejo aludindo à bela vida no campo. No interior é a luxuosidade e riqueza ostentatória que se evidencia num tecto abobadado e decorado por motivos rocailles dourados, no brocado vermelho que forra as paredes e em todo o ambiente criado. O terraço que circunda o palácio é povoado por bustos bifaces que se devem à escola de Mafra. No início do século XIX ergue-se, desta feita na Quinta da Piedade, uma nova construção por iniciativa de D. Miguel, quinto duque de Cadaval , que morre no Brasil, sem nunca ver a obra concluida.