Património Material
Edifício José Domingos Barreiro
Arquitetura de armazenamento oitocentista, a Casa José Domingos Barreiro, fundada no último quartel do séc. XIX pelo comerciante que deu nome à firma, dedica-se ao armazenamento e comércio de vinhos. A expansão da atividade, no início do séc. XX, conduziu ao aumento da área de armazenagem, ocupando parte dos terrenos da antiga firma Cunha Porto, segundo projeto do arq. Edmundo Tavares. Em 1917-18 foi dotada de meios mecânicos para mobilizar os produtos dentro dos amplos armazéns, através da integração de um ramal de caminho-de-ferro com cerca de 20 vagões particulares. Em 1922 e 1932 esta firma participou em dois eventos, respetivamente a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, com mostra de vinhos tinto, branco, claretes e rosés, e a Feira de Amostras de Produtos Portugueses de Angola e Moçambique.
Trata-se de um amplo armazém implantado num quarteirão irregular, constituído por vários sectores distintos: a Sede, cuja fachada de aparato, profusamente decorada e dinamizada pela introdução de vários tipos de vãos, revela um gosto eclético por elementos clássicos e barrocos; a zona dos armazéns virada a Norte, menos exposta ao sol, caracterizada por ser um espaço muito amplo com cobertura em vigamento de madeira, que atualmente apresenta a zona inferior seccionada em várias oficinas; e a zona residencial, a Sul, onde habitavam os empregados, ocupando dois pisos, o 2º e o sótão, com acesso pelo exterior, mas também ao interior. É de referir, ainda, na zona posterior, a existência de ampla varanda sobre o pátio de acesso aos armazéns, que permitia o controlo das saídas dos produtos. No interior, (átrio e escadaria), encontramos revestimento azulejar, datado de 1928, com representação de parras e uvas, da autoria de A. Moutinho da Fábrica de Sacavém.