Património Material
Silos Medievais / Potes Mouros
Os Silos são cavidades escavadas na rocha, provavelmente de uma época próxima do período romano, e descobertos na década de 1950 quando se procedia à extração do grés (localmente designado por “Piçarro”), como matéria-prima fundamental no fabrico da argamassa de revestimento de edifícios e muros. Estão assinalados 35 silos, dos quais 29 descobertos e 6 parcialmente entulhados.
Estes Silos, com fundos de forma diversificada (redondo, arredondado, curvilíneo, aplanado e plano) serviam para conservar cereais, vinho, azeite ou carnes salgadas, prolongando a longevidade das reservas dos géneros alimentares. A diferença de tipologia dos fundos poderá articular-se com utilizações distintas: fundo redondo para armazenando de cereais ou leguminosas secas, depositadas diretamente no interior; fundo plano para guardar contentores cerâmicos ou de outro tipo de material, empilhados uns sobre os outros, sendo tapados com tampas feitas em placas lajes de calcário irregulares e outras em placas circulares em barro cozido.
A conservação em salga, frio, fumeiro e a armazenagem auxiliavam a utilização mais duradoira, sendo conhecidos inúmeros exemplares de pequenos silos ou covas em habitats pré ou proto-históricos, nos quais se conservavam produtos de origem vegetal (cereais, leguminosas, frutos). Quando deixaram de ter utilidade, os Silos ou Potes Mouros de Alcobertas foram abandonados, sendo deixados vazios e limpos, com a respetiva boca tapada e selada, até ao momento em que foram cheios de blocos de material pétreo (basalto, calcário, quartzo e quartzito) de média e grande dimensão no seu interior.