Muito mais que um mero repositório de obras de arte religiosa ou de bens culturais do passado, o Tesouro da Sé de Lisboa inscreve-se numa lógica de nova evangelização e de testemunho de fé. Por isso, a missão deste espaço é conservar e dar a conhecer o valor espiritual e religioso do magnífico acervo que encerra, revelando as funções ou finalidades originais dos objetos de natureza litúrgica, devocional e catequética. Esses objetos, muitos deles verdadeiras obras de arte, percorrem áreas tão diversas como a ourivesaria, paramentaria, escultura ou pintura, e chegaram à Sé entre os séculos XVI e XIX. Alguns deles continuam a ser utilizados em celebrações litúrgicas da catedral. Aberto ao público, enquanto espaço assumidamente museológico, desde 1993, o Tesouro da Sé estende-se ao longo de quatro salas.

Na primeira sala, designada “Relíquias e Relicários”, apresentam-se diversos relicários do acervo da catedral, com destaque para os dois relicários de São Vicente, padroeiro principal da Diocese de Lisboa. A segunda sala intitula-se “O Ano Litúrgico” e desenvolve-se precisamente em torno da temática do calendário litúrgico que a Igreja Católica instituiu para celebrar, ao longo de todo o ano, os vários mistérios da vida de Cristo. As cores das peças de paramentaria vão enquadrando cada tempo e as pinturas e esculturas evidenciam alguns dos mistérios cristãos celebrados nesse ciclo.

Em seguida, é possível conhecer a magnífica “Sala do Capítulo”, espaço onde se realizavam as reuniões do Cabido da Sé de Lisboa, construído no século XVIII sobre a sacristia seiscentista da igreja. É aqui que se encontram três objetos de aparato que resultam dos privilégios concedidos ao Patriarca de Lisboa ao longo de grande parte do século XVIII, desde a instituição da Patriarcal: a sedia gestatória (trono no qual era transportado em algumas cerimónias solenes), os flabelos (espécie de grandes leques com plumas) e a tiara patriarcal. Numa vitrina embutida na parede, está exposta a mais imponente alfaia litúrgica atualmente conservada no Tesouro da Sé: a Custódia da Patriarcal, também designada de Custódia Rica ou Custódia de D. José. É uma das mais esplendorosas custódias do mundo, é a mais notável alfaia litúrgica executada em Portugal no século XVIII, e continua a ser utilizada, em algumas ocasiões especiais, para o cumprimento da sua função original: guardar e expor, para adoração dos fiéis, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Na quarta e última sala, que corresponde à Biblioteca, é possível apreciar alguns dos exemplares que compõe o atual acervo bibliográfico e arquivístico da Catedral. Destacam-se as encadernações de alguns livros e a seleção de documentos do arquivo musical.

Entrada adulto: 5 euros
Entrada crianças dos 7 aos 12 anos: 3 euros
Entrada crianças até aos 6 anos: grátis
Visitas de grupos: enviar e-mail para info@sedelisboa.pt
O bilhete inclui subida ao Coro Alto, varandim entre as torres sineiras, visita ao Museu do Tesouro da Sé, e percurso pelas naves e deambulatório da igreja.