Património Imaterial
Feira dos Santos de Cerdal em Valença é Património Cultural Imaterial
A Feira dos Santos de Cerdal, em Valença, que se assinala a 1 e 2 de novembro desde o século XVII, foi inscrita como Património Cultural Imaterial, revelou a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
A “Feira dos Santos de Cerdal”, que de acordo com as últimas investigações remonta o século XVII, realiza-se anualmente em Valença, no Minho, e apresenta-se como uma festividade cujas práticas sociais, rituais e eventos associados refletem as históricas relações luso-galaicas características do Alto Minho raiano, englobando um amplo conjunto de costumes e tradições com impacto direto e indireto na comunidade local e na região onde se insere, de ambos lados da fronteira.
Esta manifestação desenrola-se no Terreiro de São Bento, em Cerdal – Valença, no dia 1 de novembro, estendendo-se pelo dia seguinte, altura em que a Igreja Católica celebra a “Festa de Todos os Santos” e o “Dia de Fiéis Defuntos”. Com raízes que se perdem no tempo, surge como manifestação já devidamente consolidada em meados do século XVIII, embora se possa apontar para uma génese mais recuada, relacionada com uma provisão do rei Filipe IV de Espanha em favor do Mosteiro de Ganfei, no século anterior.
Nesta feira, sem programação festiva, portugueses e espanhóis encontram toda uma diversidade de artigos, sendo os “Pericos dos Santos” o produto de excelência, e o Cavalo Garrano (uma das três raças equinas nacionais) um elemento de destaque.
Com esta inscrição, a DGPC reconhece a relevância desta prática enquanto reflexo da identidade da comunidade no presente, bem como a sua importância no desenvolvimento cultural e económico do território em que se insere.
O pedido de registo foi submetido pelo Núcleo Museológico de Valença, resultado de um processo de investigação conduzido entre 2020 e 2022, em estreita colaboração com elementos relacionados com a Feira nas suas várias componentes.
O público pode, a partir de agora, ter acesso na plataforma matrizpci.dgpc.pt à documentação que caracteriza esta manifestação do património cultural imaterial nacional, cuja continuidade se deseja salvaguardar.