Património Imaterial
Filigrana de Gondomar
A filigrana, que etimologicamente significa “fio de contas”, é uma técnica de ourivesaria ancestral originária do concelho de Gondomar. Consiste na torção de dois fios metálicos muito finos, de ouro, prata, e mais raramente de cobre ou latão, que depois são achatados num cilindro de chapa.
A execução de peças em filigrana deriva de um trabalho de parceria entre os ourives, que preparam o fio e a armação dos objetos, as enchedeiras, artesãs que enchem as peças com fio de filigrana em contexto domiciliário e novamente os ourives, que soldam a filigrana e dão o acabamento final aos objetos.
O ofício desenvolveu-se a partir do século XVIII, convertendo-se nos séculos XIX e XX na atividade identitária de Gondomar, concelho que ainda hoje é o maior centro de produção de ourivesaria do país. As oficinas ativas concentram-se nas freguesias de São Cosme, Valbom e Jovim, Fânzeres, São Pedro da Cova, Rio Tinto e Foz do Sousa.
Trata-se de um “saber-fazer” que se tem perpetuado intergerações em contexto artesanal, praticado em oficinas familiares e ensinado através da prática, da oralidade e da observação direta.
Doze destas oficinas integram a lista de certificação da Marca Nacional “Filigrana de Portugal” e sete a Rota da Filigrana, uma iniciativa do Município que muito tem contribuído para a difusão desta tradição, a par de estruturas como o Museu Municipal da Filigrana e o Centro de Formação Profissional da Indústria da Ourivesaria e Relojoaria (CINDOR).
Ao aprovar a inscrição da “Filigrana de Gondomar” no INPCI, na sequência de proposta submetida pela Câmara Municipal de Gondomar, a DGPC reconhece a importância desta manifestação na identidade da comunidade em que se insere, valorizando também os processos sociais e culturais conducentes à sua valorização na contemporaneidade.
A documentação relativa a este processo pode ser consultada aqui.