Museus, Bibliotecas e Arquivos
Museu do Neo-Realismo
Criado em 1990, a partir da atividade de um Centro de Documentação sobre o movimento neorrealista português, o projeto do Museu do Neo-Realismo evoluiu inicialmente em torno da área arquivística e bibliográfica. Porém, cedo enriqueceu e diversificou o seu património, desenvolvendo um vasto conjunto de coleções museológicas, com destaque para espólios literários e editoriais, arquivos documentais (impressos e audiovisuais), acervos iconográficos, obras de arte, bibliotecas particulares e uma biblioteca especializada na temática neorrealista.
Vocacionado para o estudo e disponibilização de fontes documentais sobre o neorrealismo, o Museu tem vindo a promover uma prática continuada de investigação e divulgação dos seus conteúdos, correspondendo, através de uma ação pedagógica e didática adequada, ao público heterogéneo que o visita.
O Museu do Neo-Realismo tende hoje a ultrapassar as fronteiras da sua vocação temática original para se situar, cada vez mais, no território das ideias e da cultura do século XX, relacionando assim outras correntes literárias, artísticas e de pensamento. Esta nova amplitude temática tem ajudado a clarificar de modo crítico o eco produzido pelo neorrealismo junto de várias gerações de escritores, artistas e intelectuais portugueses.
Centro de Documentação
O Centro de Documentação do MNR, centrado na temática neorrealista, compreende diversas valências, nomeadamente:
• Uma Biblioteca especializada na literatura (poesia, ficção, teatro e ensaio) do movimento do neorrealismo, com particular destaque para as primeiras edições impressas de autores neorrealistas. Possui uma vasta bibliografia em áreas como a poesia, ficção, teatro, cinema, artes plásticas, história e política contemporâneas, sempre privilegiando a temática do neorrealismo ou com ela relacionada, para além de obras de referência (dicionários, enciclopédias, etc.). Nesta biblioteca foram também integradas algumas bibliotecas particulares de escritores. Para além dos volumes monográficos, estão igualmente disponíveis para consulta publicações periódicas, com relevo para as editadas nas décadas centrais do século XX.
• A coleção dos Espólios começou a ser constituída em 1991, com a doação do Espólio Literário de Manuel da Fonseca. A partir dessa data foram reunidos espólios de autores significativos do movimento neorrealista, com destaque para as áreas da literatura e das artes plásticas, e de espólios ligados a editoras que tiveram um papel significativo neste domínio, como o da revista Vértice.
• Os Arquivos Documentais, organizados segundo a tipologia dos documentos, constituem um material essencial para a investigação em torno deste movimento. Divididos em Arquivo Fotográfico (slides, negativos, positivos originais e reproduções de fotografias), Arquivo Gráfico (catálogos, folhetos, cartazes, brochuras, postais, etc.), Arquivo de Imprensa (recortes de jornais e revistas) e Arquivo Multimédia (registos vídeo, áudio e digital), contemplam uma vasta informação relativa a autores e temáticas neorrealistas. Englobam ainda o Arquivo de Avulsos cuja documentação foi legada por particulares.
Espaço Expositivo
O espaço expositivo do Museu do Neo-Realismo distribui-se por 4 pisos. Os pisos 2 e 3 são ocupados pela exposição permanente “Batalha pelo Conteúdo – movimento neo-realista português”, dirigida ao público comum (jovem e adulto), que procura recuperar a memória da herança cultural específica de um dos mais marcantes e ativos movimentos da história da cultura contemporânea da segunda metade do século XX em Portugal.
Os pisos 0 e 1 possuem 3 espaços expositivos, onde são realizadas exposições temporárias, documentais e de artes plásticas, sendo ainda de salientar o espaço da Livraria do MNR, onde decorrem também ciclos expositivos.
Auditório
O Museu possui, ainda, um Auditório, com uma programação diversificada e complementar às exposições, designadamente encontros de reflexão/debates/colóquios, ciclos de cinema e documentários, concertos, teatro, ações de formação/workshops, entre outras atividades.
Livraria
Na Livraria do MNR, o visitante encontra obras de referência no quadro do neorrealismo português e outras que, pela temática e contexto, se cruzam com este movimento literário. Neste espaço e no âmbito do ciclo “20 000 livros”, o MNR oferece, ainda, a possibilidade ao público de contacto com o acervo do MNR relativamente a cada autor.
O MNR disponibiliza, também, a venda de publicações e catálogos no âmbito das exposições realizadas, publicações da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, assim como um conjunto de obras de vários autores portugueses de referência.
Serviço Educativo
O Museu Ensina é o programa educativo anual de atividades do Museu do Neo-Realismo, que tem como missão dar a conhecer o património e o ambiente político-cultural do período neorrealista da história de Portugal.
O Serviço Educativo desenvolve estratégias de comunicação para os variados públicos, apresentando um conjunto de atividades educativas que dinamizam as diversas exposições, contribuindo também para o usufruto do espaço arquitetónico do Museu.
Breve descrição das coleções museológicas
O acervo do Museu do Neo-Realismo é constituído por um conjunto de espólios de escritores como Alexandre Babo (1916-2007), Alexandre Cabral (1917-1996), Álvaro Feijó (1917-1941), Antunes da Silva (1921-1997), Armindo Rodrigues (1904-1993), Arquimedes da Silva Santos (1921), Carlos Coutinho (1943), Garcez da Silva (1915-2006), Faure da Rosa (1912-1985), Joaquim Lagoeiro (1918-2011), Joaquim Namorado (1914-1986), José Ferreira Monte (1922-1985), Jorge Reis (1926-2005), Júlio Graça (1923-2006), Leão Penedo (1916-1976), Manuel Campos Lima (1916-1956), Manuel da Fonseca (1911-1993), Mário Braga (1921), Orlando da Costa (1929-2006), Soeiro Pereira Gomes (1909-1949), Alves Redol (1911-1969), Carlos de Oliveira (1912-1981) e António Ramos de Almeida (1912-1961). Contém igualmente os espólios editoriais da revista Vértice, dos jornais O Diabo e Horizonte, e da editora Cosmos.
Os Arquivos Fotográficos, Gráfico e de Imprensa reúnem também uma vasta coleção documental. Ao nível audiovisual, o MNR disponibiliza uma coleção de filmes (vídeo/DVD) e edições discográficas e multimédia referente à temática neorrealista.
Do acervo de artes plásticas destacam-se os espólios artísticos de José Dias Coelho (1923-1961), Francisco Castro Rodrigues (1920), Jorge de Oliveira (1924-2012), Rui Filipe (1928-1997), Maria Barreira (1914-2010) e Vasco Pereira da Conceição (1914-1992), Margarida Tengarrinha (1928) e Alice Jorge (1924-2008). A coleção de artes plásticas é constituída por obras de pintura, desenho, gravura, escultura e artes decorativas de alguns dos maiores nomes da arte portuguesa do século XX, cuja incorporação, de proveniência diversa, tem vindo a ser efetuada por aquisição, doação ou através dos bens provenientes dos espólios literários e artísticos. São de destacar alguns nomes dos artistas aqui representados: Júlio Pomar (1926), Mário Dionísio (1916-1993), Querubim Lapa (1925), Avelino Cunhal (1887-1966), Lima de Freitas (1927-1998), Cipriano Dourado (1921-1981), Joaquim Namorado (1914-1986), Armindo Rodrigues (1904-1993), Manuel Ribeiro de Pavia (1910-1957), Margarida Tengarrinha (1928), Maria Keil (1914-2012), Nuno San-Payo (1926) e Rogério Ribeiro (1930-2008). Integram ainda a coleção de Artes Plásticas do MNR obras de artistas plásticos contemporâneos, sendo de enumerar Alice Geirinhas (1964), Carla Filipe (1973), José Maçãs de Carvalho (1960), Paulo Mendes (1966), Pedro Cabral Santo (1968), Miguel Palma (1964), entre outros.
Destinatários
Escolas, coletividades e outras instituições de cultura e lazer
Organismos técnicos e científicos
Estudantes, professores e investigadores
Público em geral
Serviços disponibilizados
Visitas orientadas às exposições e oficinas educativas
Promoção de encontros, debates, conferências e colóquios
Consulta e pesquisa bibliográfica e documental especializada
Itinerância de exposições
Edição e venda de publicações e catálogos
3.ª a 6.ª feira, 10h00-18h00; Sábados e domingos, 10h00-19h00.
Encerra às segundas-feiras e feriados.
O Centro de Documentação está encerrado aos fins-de-semana.