Património Material
Quinta do Paraíso
A Quinta do Paraíso era pertença, no século XVIII, de António Salema, morgado do Paraíso, que morreu sem descendência e sem testamento em 1773. No século seguinte, pertencia aos Marqueses de Abrantes (proprietários da Quinta da Piedade), passando, a partir de 1837, à posse de José Bento de Araújo.
A quinta integrava a casa apalaçada (que ainda subsiste e onde se localizavam os azulejos removidos), adega, lagares e nascente de águas, usada não só para auxiliar a função agrícola, mas ainda do ponto de vista medicinal, no tratamento de doenças de pele.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, em colaboração com o Museu da Polícia Judiciária, no âmbito do “Projeto SOS Azulejo”, e os proprietários do imóvel promoveram uma intervenção que permitiu recuperar e salvaguardar 1215 azulejos setecentistas (figurativos barrocos e de figura avulsa) do edifício da Quinta do Paraíso, em Vila Franca de Xira (junto à EN 1, entrada do nó 2 da Autoestrada do Norte).
Refira-se que o edifício vinha sendo objeto de vandalismo e furto, pelo que a ação desencadeada pelo município permitiu evitar a perda irremediável de um património histórico e azulejar de valor inestimável. A ação que decorreu no passado mês de novembro, consistiu na remoção integral dos painéis azulejares que ainda subsistiam no local (foram inventariados cerca de 19 painéis, cujo conjunto perfaz 1215 azulejos, tendo sido reportados o desaparecimento de 50 unidades). Os técnicos de conservação e restauro do Município têm agora a cargo os inerentes trabalhos de tratamento em laboratório, com vista à sua preservação e restauro integral.