"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Cine-Teatro Sousa Telles

País: Portugal
Distrito: Beja
Concelho: Ourique

Tipo de Património
Teatro
Uso atual
Sala de espetáculos
Proprietário/Instituições responsáveis
Câmara Municipal de Ourique
Descrição

Abordamos hoje um exemplo de sobrevivência de sala de espetáculos, primeiro como teatro, depois como cine-teatro, que vem do século XIX e hoje perdura em plena atividade, conciliando a modernização funcional e cultural com a tradição dos teatros do interior do país: e tenha-se presente que o então Theatro Sousa Telles de Ourique, pois dele aqui se trata, é inaugurado em 1899, depois de menos de um ano de edificação, num meio urbano que, à época, não era propriamente centro de produção de espetáculos.

Foi pois inaugurado em 1899 por amadores, com um dramalhão ultra-romântico, intitulado “A Mãe dos Escravos” escrito ou adaptado por um tal Aristides Abranches (1832-1892), verdadeiro “profissional” da adaptação de textos mais ou menos originais sobretudo levados à cena em Teatros como o Ginásio ou o Trindade, e depois em salas numerosas por este país fora, e muitas havia naquele tempo. Hoje o nome de Aristides Abranches nada nos diz: mas dele se registam algo como 60 peças!

Era uma época de grande pujança na produção teatral, e por essa razão, muitos teatros foram então construídos em pequenos meios urbanos. Este Theatro Sousa Telles, à data da inauguração, pertencia a uma Sociedade Ouriquense que mantinha e dinamizava grupos de amadores. A sala, quando inaugurada, teria uma lotação de algo como 200 lugares, com uma galeria de 50 lugares reservada a espetadoras desacompanhadas, o que não era caso único na época em teatros do interior do país e não só...

A partir de meados do século passado ocorre uma renovação na infraestrutura de espetáculos de Ourique, e passa a falar-se de um Cine-Teatro Sousa Telles com lotação de 168 lugares (em plateia) mas mantendo o palco tradicional. Só que esse Cine-Teatro sofreu as consequências do impacto do espetáculo televisivo, e do incremento das comunicações: estes fatores convergentes estão de facto na origem da mudança à época da rede de salas de espetáculos em todo o país.

Mas em boa hora manteve-se uma estrutura de espetáculo, mesmo em edifício arruinado. E em boa hora também, a Câmara Municipal de Ourique celebrou em 2003 com o Ministério da Cultura um contrato-programa de recuperação a partir de projeto das Arquitetas Céu Oliveira Pinto e Luísa Biscaia. A inauguração da sala de espetáculos aconteceu em 15 de fevereiro de 2009. 

E adaptou-se o Cine-Teatro a uma pluralidade complementar de funções culturais que marcam hoje mais do que antes a cidade.

Desde logo, a sala de espetáculos é modernizada, revestida de madeira, com plateia e balcão. E o edifício ganhou uma polivalência social e patrimonial: para além da sala de espetáculos em si, instalou-se o Museu do Trabalho e um denominado Clube Museu Ouriquense.

Mas em boa hora o projeto de modernização manteve a fachada original, em arco que abre para uma parede cega com telhado em plano recuado e uma torre lateral. 

Tem programação regular de cinema atual, para além de outros eventos de relevância cultural.

  

Duarte Ivo Cruz

Modo de funcionamento

Horário de Funcionamento/Bilheteira
Segunda a Sexta-Feira | 09h00 às 13h00 | 14h00 às 17h00
Em dias de espetáculo as portas do Cine-Teatro/Auditório Basílio Valente, abrem uma hora antes do início do espetáculo.
Preço Único: 3 euros

Consulte aqui a programação

Morada
Praça D. Diniz
7670-256 Ourique
Telefone
286 510 411
Fonte de informação
Duarte Ivo Cruz
Data de atualização
10/01/2023
Agenda
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