"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Centro de Artes de Sines

País: Portugal
Distrito: Setúbal
Concelho: Sines

Tipo de Património
Teatro
Uso atual
Sala de espetáculos, biblioteca, arquivo e centro de exposições
Proprietário/Instituições responsáveis
Câmara Municipal de Sines
Descrição


Harmonização histórica da modernidade

 A tradição histórica de Sines, concilia-se muito bem com a modernidade urbana e arquitetónica, amplamente documentada no Centro de Artes, inaugurado em 2005.

Trata-se de um vasto edifício em corpos complementares. Projeto dos Arquitetos Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus, representa como a abertura de uma “porta para o mar” que liga o núcleo urbano central histórico a uma modernidade que se concilia na estética e na funcionalidade cultural.

É constituído por um conjunto arquitetónico de quatro grandes corpos autónomos, ligados entre si por zonas de passagem, subterrânea ou não, mas em qualquer caso sublinhando a unidade monumental e arquitetónica. E tudo isto, numa “vocação cultural” que reúne e harmoniza a biblioteca, as galerias de exposições de artes plásticas e, no que agora mais nos interessa referir, as duas zonas de espetáculo - auditório e estúdio.

Vejamos então estas duas áreas, pois contêm ambas uma vasta potencialidade de espetáculo nas mais diversas expressões, incluindo obviamente o teatro.

Em primeiro lugar, um vasto auditório de 200 lugares, vocacionado para espetáculos de certo porte e dimensão. Nesse sentido, a zona de palco está devidamente aparelhada, no ponto de vasta técnico e arquitetónico, para qualquer tipo de realização “ao vivo”, como aqui será adequado sublinhar.

E esta zona é completada por um estúdio de pequenas dimensões, cerca de 70 lugares, como tal vocacionado para manifestações “de câmara”, como antes (e ainda hoje, em rigor) se classificavam os espetáculos mais restritos.

Já escrevemos sobre este Centro das Artes, sublinhando que a ligação dos dois poderosos blocos à zona histórica da cidade, marca pelo contraste muito acentuado no caráter predominantemente cego dos blocos e pela implementação lateral e discrição das zonas de acesso.  Não há propriamente uma fachada. O que há, e cito agora a revista “The Architectual Review” (referida em “Desenho Contínuo” ed. CAS 2006) é “um conjunto de caixas de pedra herméticas incisivas, com tiras de vidro horizontais que providenciam um sentido de animação aos transeuntes”.

E precisamente, esse aspeto de modernidade merece ser destacado, pois marca profundamente o conjunto de edifícios deste Centro das Artes, sem colidir com a tradição histórica e urbanística que subsiste na zona urbana. E para isso, insista-se, contribuiu o contraste harmonioso entre o projeto arquitetónico e a implantação.

Finalmente: Sines é a terra natal de Vasco da Gama, E não são poucas as peças que direta ou indiretamente o celebram, desde as origens do vicentino “Auto da Índia”, que chega até nós qualificada como farsa, na própria identificação clássica:

“À farsa seguinte chamam Auto da Índia. Foi fundada sobre que uma mulher, estando já embarcado pera a Índia seu marido, lhe vieram dizer que estava desaviado e que já não ia; e ela de pesar está chorando. Foi feita em Almada, representada à mui católica Rainha D. Lianor, era de 1509”.

E precisamente: o Centro das Artes de Sines foi construído no local onde existia um Cineteatro   Vasco da Gama, recorda Fernando Mota de Matos (in “Portugal Património” – Sines, vol. IX ed. Circulo de Leitores). 

 Duarte Ivo Cruz

Modo de funcionamento

Horários
Biblioteca Municipal: terça a sexta, 10h00-20h00; sábado e segunda, 14h30-20h00
Centro de Exposições: dias úteis, 14h00-20h00; sábados, domingos e feriados: 14h30-20h00
Arquivo Municipal: dias úteis, 10h00-18h00

Morada
Rua Cândido dos Reis
7520-177 Sines
Telefone
269 860 080
Fonte de informação
Duarte Ivo Cruz
Data de atualização
10/11/2017
Agenda
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