"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

Teatro Carlos Alberto do Porto: Fundação, reconstrução

País: Portugal
Distrito: Porto
Concelho: Porto

Teatro Carlos Alberto. Imagem: João Tuna/TNSJ, direitos reservados.
Tipo de Património
Teatro
Uso atual
Sala de espetáculos
Equipa Técnica
Presidente Conselho de Administração Francisca Carneiro Fernandes, Direção Artística Nuno Carinhas
Descrição

Em 1897, Manuel da Silva Neves, empresário no Porto, toma a iniciativa de edificar o primeiro Teatro Carlos Alberto, inaugurado em 14 de outubro daquele ano com a opereta, hoje esquecida, denominada “O Diabo”. O Teatro tinha na época 252 lugares de plateia, 299 lugares de geral e ainda mais 500 lugares do que na altura se denominava galeria, isto, além de 32 camarotes, numa lotação total de mais de 1200 espetadores, o que é assinalável.

Não identificamos os autores da opereta, mas é de registar a iniciativa em si mesma, expressão de uma renovação do urbanismo de espetáculo, à época marcante em todo o país, e por maioria de razão numa cidade como o Porto.

Estaria ainda presente a lembrança do incêndio que, em 20 de março de 1888, destruiu o portuense Teatro Baquet, também durante um espetáculo de opereta, provocando algo como 120 mortos. Daí que este primeiro Carlos Alberto fosse construído ainda na memória da tragédia, mas também homenageando o Rei Carlos Alberto do Piemonte, que morreu exilado no Porto.

Este primeiro Teatro Carlos Alberto seria o que na época se denominava Teatro-Circo, com palco à italiana, como na época (e em rigor ainda hoje) se dizia, portanto preparado para espetáculos de teatro declamado, mas também com a versatilidade de transformação da plateia em pista de circo, o que desde logo eliminava o declive da sala.

Importa entretanto frisar que os sucessivos Teatros Carlos Alberto, que entretanto foram reconstruídos no local, mantêm a implantação e a estrutura do edifício, com alterações do interior e da fachada, mas sem grande mudanças da sala de espetáculos propriamente dita. Ainda assim, é de assinalar as alterações decorrentes da elevação da zona do palco e a reforma do átrio, bilheteiras e áreas de acesso do público. Mais relevante foi a supressão dos camarotes, ocorrida nos anos 30 do século passado, para maior adaptação ao cinema que, durante décadas dominou e exploração do Carlos Alberto: e bem sabemos que não foi o único…

Nesse sentido, assinalam-se duas grandes fases de transformação, ambas decorrentes da municipalização do então Cine-Teatro Carlos Alberto, ocorrida em 1993.

Desde logo a “transformação” em Auditório Municipal Carlos Alberto, assumindo uma mais vasta polivalência cultural.

Mas mais relevante terão sido as transformações e alterações decorrentes dos  investimentos e programas  no âmbito da celebração do “Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura”. O Teatro Carlos Alberto reabre então e retoma atividade como Teatro Nacional. Beneficia de obras de restauro e modernização, da autoria do Arquiteto Nuno Lacerda Lopes.

Assim, procede-se à renovação do foyer aberto, no sentido de uma maior ligação do público com a sala de espetáculos em si mesma. Procurou-se reforçar a complementaridade arquitetónica com a sala, através da utilização do vidro para maior acessibilidade das imagens vindas do palco.

A sala ganhou também uma maior convertibilidade aos formatos de arena ou à italiana. O equipamento foi modernizado: e sobretudo, aumentou-se a rentabilização do interior do Teatro em função da potencialidade do espetáculo em si.

E procedeu-se a outras alterações significativas, sem com isso desvirtuar a tradição oitocentista do edifício.  A zona de produção é modernizada. A sala foi “transformada” em dois auditórios: o chamado Grande Auditório, com 374 lugares, e o chamado Pequeno Auditório, com 150 lugares. E mais: criou-se um anfiteatro ao ar livre, uma sala de exposições e uma chamada teatroteca.

E assim se “edificou” um Teatro Carlos Alberto bem moderno, sem destruir o Teatro Carlos Alberto que vem da tradição do século XIX! 

 

Duarte Ivo Cruz

Modo de funcionamento
Ter-Sáb 14:00-19:00
Dom 14:00-17:00
Dias de espetáculo 13:00-22:00
Encerra aos feriados em que não haja espetáculo
Reservas até 24 horas antes de cada espetáculo
Morada
Rua das Oliveiras, 43
4050-449
Porto
Telefone
22 340 19 00
Fonte de informação
Duarte Ivo Cruz
Data de atualização
30/06/2017
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