Teatro
O Teatro Rivoli do Porto
Expressão da Arquitetura de Espetáculo
Em 2004, o Instituto Português de Património Arquitetónico – IPAR publicou um vasto e detalhado estudo, programaticamente denominado “Arquitetura Moderna Portuguesa 1920-1970”. Com coordenação científica de Ana Tostões, procede-se ao levantamento, descrição e análise de centenas de expressões de modernidade arquitetónica, e entre elas, um conjunto de teatros e cineteatros.
Aí se diz que “se em 1929 o projeto do Cineteatro Capitólio Lisboa marcava a rutura, a verdade é que ao longo dos anos 30 e 40 a campanha de construção de diversos cinemas e cine-teatros por todo o país constituiu processo de atualização alterando programas e vivências” E exemplifica: “Desde o Teatro Rivoli ao Salão Eborense ou ao Cinearte com a experimentação do sistema de vigas belgas a produção do primeiro modernismo define-se entre um gosto «Déco», e um purismo racionalista.”(ob. cit. pag. 351).
Precisamente: o Teatro Rivoli do Porto, através de um conjunto de documentos e fotografias, é um expressivo exemplo de modernismo.
Mas atenção: tal como aliás referimos em “Teatros de Portugal” (ed. INAPA – 2005) o Rivoli prolonga uma larga tradição de espetáculo no Porto. Antes da sua construção e inauguração, funcionou no local um chamado Teatro Nacional, que vinha do início do século XX. Mais concretamente, foi inaugurado em 1913 com um espetáculo que na altura fez-se notar: a opereta “O 31”, de Luis Galhardo, Pereira Coelho e Alberto Barbosa, música de Tomás del Negro e Alves Coelho, que nesse mesmo ano de 1913 – ano relevante para o teatro em Portugal! – tinha já sido apresentado no espetáculo de estreia do Teatro Eden de Lisboa, e sucessivamente reposto, um pouco por todo o país.
Temos pois que no local do velho Teatro Nacional do Porto é inaugurado, em janeiro de 1932, o Rivoli, projeto do arquiteto José Júlio de Brito, que dirigiu as obras a partir de 1928. Vocacionado para espetáculos de teatro e música, logo no final do mesmo ano é instalado um sistema de projeção cinematográfica, e como tal funcionou preferencialmente, dirigido por Maria Borges, que aliás procedeu a obras vastas de renovação do edifício, ainda concebidas e orientadas, numa primeira fase, pelo referido arquiteto José Júlio de Brito.
E vem dessa época a construção e instalação do baixo-relevo alusivo às artes do espetáculo, da autoria do escultor Henrique Moreira, ligado ao Rivoli pelo menos desde 1935. (cfr. Rute Figueiredo in “Portugal Património” vol. I, ed. Circulo de Leitores 2006 pags. 362/363).
A entrada em gaveto marca assim a estrutura do Cinema e Teatro. Aliás, é oportuno lembrar que o Rivoli foi durante anos quase exclusivamente cinema.
Mas agora, no âmbito da Câmara Municipal do Porto, prossegue uma programação vasta e variada, de cariz e qualidade expressivamente cultural.
Duarte Ivo Cruz
Sábado 14h30 – 22h00
Domingo - Encerrado exceto em dias de espetáculo
Em dias de espetáculo a bilheteira mantém-se aberta até 30 mins. após o início do mesmo. Ao Domingo, a bilheteira funciona apenas em dia de espetáculos, em horário a definir.
Tel. 22 339 22 01
bilheteira.tmp@cm-porto.pt