Portugal no Mundo
Sica
Na povoação de Sica, na costa sul da ilha das Flores, tal como nas restantes localidades desta ilha, a missa do Domingo de Páscoa é muito concorrida, indo os seus habitantes vestidos com os seus melhores fatos assistir às cerimónias religiosas. Eles são os guardiães de uma fé que se mantém viva desde que no século XVI os seus antepassados se começaram a converter ao cristianismo. A ação missionária dos dominicanos portugueses teve larga influência em Sica e está na origem de uma forte devoção cristã que ali se enraizou.
Na praia de Sica, a poucas dezenas de metros da igreja local, foi erguida em data recente uma construção de madeira que pretende ser a evocação do palácio do rajá de Sica. No seu interior encontra-se uma genealogia destes dirigentes tradicionais como nomes portugueses a qual está registada numa grande folha manuscrita. Num quadro estão pintados os rajás atuais.
Antes de chegar a esse palácio vê-se à porta de uma casa dois canhões que talvez sejam portugueses.
Na igreja onde a população da região assistiu à missa iniciada às 7 horas, venera-se com grande devoção a imagem de Cristo, guardada dentro de uma caixão, a qual se crê localmente ter vindo de Malaca após a queda em 1641. É de realçar mais uma vez esta crença.
Na casa de D. Felícia da Silva, filha do anterior rajá de Sica, conserva-se uma antiga imagem do menino Jesus que ali é particularmente venerada.
Segundo António Pinto da França em Sica representava-se uma peça com palavras em português e na transição de poder dos rajás dizia-se um formulário com palavras portuguesas.