Património Material
Museu Municipal de Ferreira do Alentejo
O Museu Municipal foi inaugurado a 22 de outubro de 2004 e ocupa a grande maioria da Casa Agrícola Jorge Ribeiro de Sousa, edifício com características arquitetónicas da segunda metade do século XIX e é imóvel de interesse municipal. Esta é a casa mãe onde se faz uma apresentação da evolução das comunidades humanas que ocuparam este território desde o 4.º milénio até ao século XIX.
A Casa Agrícola Jorge Ribeiro de Sousa localiza-se na Rua Conselheiro Júlio de Vilhena e foi propriedade de Jorge Ribeiro de Sousa, herdeiro dos condes de Avilez e Boa Vista e da Morgada da Apariça. Desconhece-se a data exata de construção do edifício, contudo, algumas das suas características arquitetónicas datam da segunda metade do século XIX.
O edifício foi adquirido pelo Município de Ferreira em 1976 e já acolheu uma multiplicidade de serviços camarários (armazém de material, mobílias alentejanas e serviço de carpintaria), tendo até aí funcionado o Conselho Desportivo Municipal, o Agrupamento de Escuteiros e, desde 1996 até maio de 2002, o Serviço Histórico Museológico.
Recuperado para acolher o núcleo sede do Museu e parte da Biblioteca Municipal, o edifício, contíguo ao antigo palacete oitocentista que pertenceu à família Moreira e onde funcionou o Tribunal da Comarca, hoje integralmente ocupado pela Biblioteca Municipal, mantém a frente primitiva inalterável, de boas janelas de sacada, com gradeamento de ferragem batida, do tipo barrinha e interessante guarnição de estuques relevados nas cornijas e pilastras, apresentando motivos naturalistas de estilo romântico. Os antigos salões principais que detinham tetos de esteiras em madeira, conservam ainda um curioso revestimento neoclássico de estuques em grisaille, apresentando motivos florais.
O acesso principal do edifício que é o acesso principal da Biblioteca e Museu Municipal, faz-se através de escadaria de um só patamar de pedra, rasgado em dois andares de galerias de arcos de volta perfeita.
O corpo térreo do edifício, onde outrora funcionaram as adegas e celeiro da casa, apresenta interessantes abóbadas que se apoiam em pilastras de grossa alvenaria. Sobre esta zona corre o terraço que deita para o pátio onde hoje existe o pequeno jardim de cheiros do museu.
Foi inaugurado a 22 de outubro de 2004, o museu Municipal de Ferreira - Núcleo Sede, tem por missão a incorporação, o estudo, a divulgação, a comunicação e a conservação de bens culturais representativos do modo de vida, do sentir e do estar das gentes do Concelho.
No dia 18 de maio de 2010, o Museu foi integrado na Rede Portuguesa de Museus.
História
Desde o 4º milénio até hoje muitos foram os grupos humanos que passaram pelo nosso território e deixaram os seus vestígios foram, no entanto, os Romanos os que mais influenciaram instalando-se no Concelho e aí construindo pontes, por exemplo, em Alfundão. Santuários como os de Santa Margarida do Sado e Villae, extensas quintas como a do Monte da Chaminé ou da Zambujeira em Peroguarda.
No século XIII em plena Idade Média, Ferreira foi resgatada aos Muçulmanos pelos cavaleiros da ordem de Santiago de Espada que aqui permaneceram e reaproveitaram uma antiga fortaleza para construir um imponente Castelo que, infelizmente foi demolido no séc. XIX e aí edificado o atual cemitério municipal D. Manuel I outorgou, a 5 de Março de 1516, foral a Ferreira e foi, sobretudo a partir desta data que se notou um grande desenvolvimento no Concelho onde residiam importantes famílias como os Sousas, os Lacerdas, os Vilhenas e os Passanhas que aqui edificaram imponentes solares.