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Portugal no Mundo

Ouro Preto

País: Brasil

Vista geral de Ouro Preto Vista geral de Ouro Preto Igreja de São Francisco Igreja de São Francisco a partir da casa de Tomaz Gonzaga Igreja de Nossa Senhora do Pilar (ao fundo) centro de Ouro Preto
Tipo de Património
Portugal no Mundo
Identificação Patrimonial
Conjunto
Descrição


Na Serra do Espinhaço a cerca de 90 Km de Belo Horizonte e ao lado de Mariana, fica a antiga capital mineira de Ouro Preto.

Aqui nasceu o Alejadinho, genial escultor António Francisco Lisboa, o lutador independentista Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes e viveu o juiz Tomas António Gonzaga, ouvidor do reino e poeta, posteriormente exilado na Ilha de Moçambique por ter sido um dos conjurados inconfidentes de 1788.

Também o filósofo Aldous Huxley e o escritor Vitorino Nemésio por aqui passaram e se impressionaram com a força arquitetónica e espiritual da cidade barroca.

Na praça Tiradentes o monumento ao Mártir, a antiga câmara hoje transformada no Museu Histórico da Inconfidência, a Universidade e o Museu Geológico no espaço do antigo palácio dos governadores.

Vila Rica, assim se chamava Ouro Preto, foi por quatro décadas terra de ouro desde que os bandeirantes no final do séc. XVII vindos de Taubaté avistaram o Pico do Itacolomi.
Acabava o ciclo do açúcar iniciava-se o do ouro, o garimpo substituía os engenhos e o poder das casas grandes iniciava o seu declínio.

Parati, na costa Atlântica, seria em breve o Porto de Minas no fim da Estrada Real. Os arraiais dos Emboabas e dos paulistas armados entre os córregos e escarpas tornaram-se rapidamente no embrião de uma cidade. A urbe é hoje isso mesmo, pontes, ladeiras íngremes, calçadas de quebra-costas realçados de adros e igrejas, casarios e confrarias, deliciosamente emoldurado pelas serranias. O amanhecer nebuloso da cidade, o verde das serras contra o céu, pontilhado pelo vermelho dos telhados e uma imagem inesquecível. A cidade é salpicada por igrejas. Nossa Senhora do Carmo paredes meias com o Museu da Inconfidência no morro de Santa Quitéria e ao seu lado o extraordinário museu do Oratório.

Do traço de António Calheiros nasceu a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos com a sua fachada e corpo numa sucessão de cilindros. No interior a imagem de Santa Helena parece ter sido esculpida pelo Aleijadinho.

De 1766 é a igreja de São Francisco com uma fachada lindíssima, desenhada pelo Aleijadinho, realçada por duas torres sineiras redondas erguidas em plano recuado por forma a dar maior dimensão ao portal. Os Medalhões barrocos sob o frontal, encimado por uma cruz de Lorena acolitada por dois fogaréus esféricos completam um equilibrado conjunto arquitetónico.

De 1750 é a ponte Antonio Dias e trinta anos mais nova a robusta Casa dos Contos.

Ouro Preto é no seu centro histórico que, infelizmente, começa a ser rodeado de construções parasitas, um exemplo do Barroco civil e religioso. Calçadas antigas, prédios coloridos, janelas e varandas de ritmos variados.

A beleza do largo do Rosário rivaliza com a rua da Glória e seu beco. O vermelho vivo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição construída em 1727 completa o lindo desenho do Chafariz da praça de Marília com as suas quatro bicas e o tanque de gomos.

Na esquina da rua dos Paulistas um oratório quebra o ângulo do solar branco avivado a amarelo sublinhando a criatividade dos construtores de Vila Rica e a ostentação dos seus proprietários.

Visite a Matriz do Pilar (1786) com um valioso espólio nos seus seis altares decorados a ouro e branco no mesmo figurino do retábulo da capela-mor da igreja de São Francisco de Assis (1773). A obra máxima de Aleijadinho a “abobade de canhão da nave” está decorada com uma pintura de ataíde evocando a coroação de Nossa Senhora da Conceição. Nas paredes da capela-mor foram pintados azulejos do Séc. XVIII procurando suprir a impossibilidade de proceder ao seu transporte pelas serranias mineiras.

O Aleijadinho, António Francisco Lisboa, e seu pai, Manuel Francisco Lisboa, repousam na Matriz da Nossa Senhora da Conceição construída entre 1727 e 1746 junto a Praça António Dias onde também pode visitar o museu de Aleijadinho.

Em 1901, Ouro Preto perde o estatuto de capital. Abalou-se com o acontecimento, adoeceu e lá pelos anos trinta recuperou-se definitivamente.

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Minas Gerais
Fonte de informação
Centro Nacional de Cultura
Bibliografia
RASQUILHO, Rui, Portugal e o Mundo: o Futuro do Passado – 5. Brasil, CNC, 2003
Data de atualização
20/11/2023
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