Património Material
Edifício da “Música Nova”
Imóvel cuja identidade do construtor é desconhecida. No entanto, as datas de 1806 e 1812 que figuram na verga de nível situada sobre o vão da escada central de acesso ao interior do solar, sugerem-nos o período inicial de construção. Estas são complementadas com a de 1829, gravada no fecho do arco situado no cimo do 1.º lanço de escadas, que possivelmente se refere ao ano da conclusão do edifício.
Segundo Ataíde Oliveira, o edifício foi habitado pelo Coronel Simão de Azevedo Silva Lobo e, nos meados do século XIX, constituiu um famoso centro de reunião das pessoas mais importantes da vila e da província, tendo adquirido celebridade através dos grandes bailes realizados nas suas salas.
Posteriormente, o solar foi utilizado como sede da Banda Filarmónica “Artistas de Minerva”, também designada “Música Nova”.
Originalmente, o edifício é uma casa burguesa de dois pisos que apresenta uma fachada de conceção de raiz erudita. Esta desenvolvia-se simetricamente a partir de um eixo central formado por um vão de sacada e um vão de porta nobres que se salientam pelo maior trabalho das suas guarnições de pedra com enrolamentos.
A porta principal é ladeada por dois óculos de abertura oval moldurada. As sacadas e os óculos apresentam um trabalho de ferro forjado característico da 1.ª metade do século XIX.
De salientar ainda como pormenor notável uma chaminé articulada ao volume lateral posterior.
Em 2008 o edifício foi adquirido pela Câmara Municipal de Loulé. Atualmente, o Município aprovou um projeto do Arquiteto Vítor Mestre para a recuperação do imóvel. Pretende-se refuncionalizar o espaço com três valências distintas e complementares - Conservatório de Música de Loulé, sede da Banda Filarmónica “Artistas de Minerva” e um Auditório Municipal, para que, no seu conjunto, venha a ser um pólo musical de referência para a região algarvia.