"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

TEATROS ROMANOS EM PORTUGAL – CONIMBRIGA E DEMAIS VESTÍGIOS

Distrito: Coimbra
Concelho: Condeixa-A-Nova

Tipo de Património
Teatro
Proteção Jurídica
Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910
Uso atual
Museu
Proprietário/Instituições responsáveis
Instituto dos Museus
Descrição

Conimbriga foi, ao longo de séculos, com Lisboa, a cidade referencial da urbanização romana no que poderemos chamar a “Lusitânia Portuguesa” - a expressão não é incorreta porque a Lusitânia Romana estendia-se pelo interior da Península Ibérica, com capital no que hoje é Mérida, mas não abrangia Bracara Augusta, onde aliás existem vestígios de um teatro romano que tencionamos explorar, tal como o de Mérida, esse ainda hoje em plena atividade artística.
As referências aos teatros, anfiteatros e circos romanos existentes no território português, e hoje desaparecidos, denotam talvez um descaso pelas artes do espetáculo que vem desses tempos históricos e de certo modo se mantem até hoje… ou talvez não. Mas o certo é que existiram edifícios e recintos de espetáculo em Évora, Miróbriga, Beja, Balsa - Tavira, Estoi, Aramenha. Aarão de Lacerda relaciona, em termos monumentais–arquitetónicos, estes vestígios com os arcos monumentais, tal como aqui já referimos a propósito de Cineteatro de Bobadela. Aarão cita em particular o de Coimbra – Aeminium, o que permite aliás, numa sequência de história do património, o relacionamento com os vestígios arqueológicos das infraestruturas do Museu Machado de Castro. 
Aliás, Aarão de Lacerda transcreve um manuscrito intitulado precisamente “História de Cidade de Coimbra”, da autoria de D. Jerónimo de Mascarenhas, Bispo de Segóvia: “Das obras antigas que hoje se vêem nestes muros, a mais digna de admiração e que denota melhor a sua antiguidade é a de um arco quadrangular meio desfeito que ainda hoje permanece no lugar a que chamam couraça”… e já aqui referimos, a propósito de anfiteatro, também o arco romano de Bobadela.
Em qualquer caso, não se questiona a relevância histórica, urbanística e arqueológica de Conimbriga. Mas por essa mesma razão, há que lamentar o pouco que resta dos recintos de espetáculo, hoje limitados a vestígios do antigo pórtico de acesso às galerias do anfiteatro, cuja origem datará do seculo I, tendo sido reconstruído, já então numa zona de extramuros, entre os seculos I e II.
Pois, tal como refere Maria da Conceição Lopes, “no anfiteatro de Conimbriga nunca se fizeram escavações sistemáticas, pelo que é muito parcial o que dele se conhece, e todavia muito mais elaborado que o anfiteatro de Bobadela. Embora se tenha também aproveitado uma depressão natural para se proceder à sua instalação, as três galerias radiais que constituem uma das entradas deixam evidente que foram necessários outro esforço e outra técnica para construir este anfiteatro, que certamente apresentava aspeto mais próximo dos protótipos estes edifícios”    
“Conserva bem visível as galerias de acesso”, diz Adriano Figueiredo, e efetivamente o que encontramos é precisamente um pórtico de grandes dimensões que poderia dar acesso à arena e a eventuais recintos de recolha de animais para espetáculo.
E no Catálogo das Coleções do Museu Monográfico de Conimbriga é referido e recolhido um vasto espólio que assinala a importância e tradição cultural da cidade, antes e mesmo depois da invasão dos Suevos (séc. V) que ditaram entretanto a decadência da urbe romana. O anfiteatro, construído extramuros, acabaria no abandono e na ruina…
Carlos Fabião refere também este anfiteatro, relacionando-o com o de Bobadela, o que mostra a importância destes aglomerados urbanos na dominação romana: e seria bom prosseguir as escavações, sendo certo que o Museu Monográfico de Conimbriga e mesmo o pequeno mas interessante Museu Municipal de Oliveira de Azeméis contêm referências e documentação de ambos os anfiteatros romanos.

Modo de funcionamento
Museu e Ruínas (a partir de 2 de Janeiro de 2011):
Todo o ano, de segunda a domingo, das 10h00 às 19h00.
Museu e Ruínas encerram: 1 de Janeiro,
domingo de Páscoa, 1 de Maio e 25 de Dezembro
Taxa de Ingresso: 4,50€ (bilhete normal)
Morada
Conimbriga, Condeixa-a-Velha Coordenadas GPS: 40º 05'55.45''N; 8º 29'24.72''W
3150-220
Condeixa-a-Nova
Telefone
+351239941177
Fax
+ 351 239 941 474
Fonte de informação
Duarte Ivo Cruz
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA CITADA – Aarão de Lacerda – “História da Arte em Portugal” – 1942; João Ferreira do Amaral e Augusto Ferreira do Amaral “Povos Antigos e Portugal”  - 1997; M: Justino Xavier “A Época Clássica” in” História da Arte Portuguesa” dir. Paulo Pereira vol. I -  1995/ 2007: Adriano Figueiredo – “Ruinas Romanas de Conimbriga/Museu Monográfico” in “Portugal Património” dir. Álvaro Duarte de Almeida e Duarte Belo, vol. III  2006; Carlos Fabião – “A Herança Romana em Portugal” - 2006 ; Maria da Conceição Lopes “Expressões Artísticas Anteriores  à Formação de Portugal” in “Arte Portuguesa da Pé-História ao Seculo XX” dir. Dalila Rodrigues vol.  1  2009; Vergilo Hipólito Correa “Conimbriga” - 2009
Data de atualização
25/06/2014
Agenda
Ver mais eventos
Visitas
100,390,372