Teatro
TEATRO VIRGÍNIA DE TORRES NOVAS
TEATRO VIRGÍNIA: HOMENAGEM EM SUCESSIVOS EDIFICIOS
São três projetos sucessivos de arquitetura teatral, sendo que, em rigor, o segundo e o terceiro correspondem a uma dinâmica de adaptação e modernização. Adiante veremos os respetivos autores. Mas antes, refira-se que a homenagem da denominação do teatro mantém-se desde 1895. Antes chamou-se Teatro União, e começou a ser construído em 1842, o que é notável se lembrarmos por exemplo que o D. Maria II é de 1846.
A homenagem é prestada à atriz torrejana Virgínia Dias da Silva, (1850-1922), de quem Sousa Bastos, no seu ”Diccionário do Teatro Português” (1908) recorda o «talento e dotes naturais, em que sobressaía uma voz encantadora»… voz essa que ecoou, ao longo da carreira sobretudo no Teatro Nacional D. Maria II.
Numa longa notícia na mesma obra, é referido que o Teatro Virgínia foi inaugurado em 1845 com o drama “Os Dois Renegados” de Mendes Leal, “representado por amadores”. E Sousa Bastos descreve a sala, tal como existia no principio do seculo XX, com frisas e camarotes.
Já na altura o teatro pertencia à Camara Municipal. Só que a fotografia da fachada da época não entusiasma: um conjunto de escadas conduzindo a portas de pequenas dimensões e nenhum interesse arquitetónico.
Nos anos 1950, inaugura-se o novo Teatro Virgínia, com valências de Cineteatro, segundo projeto do arquiteto Schiapa de Azevedo. Adotou-se então uma linha modernista que nada tem a ver com o edifício anterior: fachada de colunas que ainda se mantem, espaços bem determinados com duas filas de janelas e áreas de circulação. Anexo, é instalado um Café Concerto com lotação de 100 lugares, complementando os exatos 638 da sala de hoje. É a época e a geração dos grandes Cineteatros, que correspondem ao mercado e ao espetáculo cinematográfico, mas em boa hora mantendo a funcionalidade do palco para espetáculos teatrais.
Diz-nos José Manuel Fernandes que «o Virgínia era uma tentativa de inovação e foi até publicado na progressista revista Arquitetura como isso mesmo» , referindo o «desenho “moderno” contra as imitações do passado». E de facto, pouco terá a ver este Virgínia com o do seculo XIX, incluindo o interior, onde no entanto perduram ainda hoje quatro camarotes: mas Sousa Bastos fala em 6 frisas e um total de 30 camarotes em primeira e segunda ordem, como era próprio da arquitetura teatral da época.
Em outubro de 2005, o Teatro Virgínia é reinaugurado, com projeto do Arquiteto Gonçalo Louro, que manteve em geral a linha anterior.
Bilheteira e Receção: 249 839 309 | bilheteira@teatrovirginia.com
Serviços Administrativos: 249 839 300 | geral@turrisespacos.pt
José Manuel Fernandes “Cinemas de Portugal” 1995.