Teatro
Teatro Municipal de Portimão - Tempo
O PATRIMÓNIO TEATRAL DE PORTIMÃO NO “TEMPO”
Mais do que um fácil jogo de palavras, esta referência ao Teatro Municipal de Portimão – TEMPO na sigla literal e metafórica, identifica uma ação cultural e patrimonial digna de registo, numa cidade sem grandes tradições neste domínio: mas é de salientar a adaptação de uma antiga sala de conservas a Museu, inaugurado com tal em 2008 segundo projeto dos arquitetos Isabel Cid e José Aires: E já agora se refira o moderno Auditório Municipal com lotação de cerca de 1000 espectadores ou mesmo a sala do Conservatório Joly Braga Santos.
Mas o Teatro “Tempo” tem outro interesse, na medida em que respeitou e modernizou, no projeto de Troufa Real e Daciano Costa, a infraestrutura inicial do Palácio Sárrea Prado, casarão de finais do século XVIII que, a partir dos anos de 800, pertenceu à família de Manuel José Sarrea Tavares Torres, Morgado de Donalda e de Quelfes.
A função cívica deste edifício acompanha a evolução da própria cidade, em sucessivas adaptações: Câmara Municipal em 1915, escola, Biblioteca, Registo civil, quartel da GNR, cartório… E mesmo assim, soube-se conservar e agora restaurar a bela fachada, o frontão e pilastras cantarias e elementos decorativos, ferragens e candeeiros exteriores que sugerem hoje uma tradição de “teatro” que o edifício em rigor não tinha. Mas foi como tal inaugurado nos últimos dias de dezembro de 2008, numa reconstrução que renovou e modernizou por completo o interior, servido por uma escadaria de metal que se harmoniza com o sistema de iluminação oitocentista, evidentemente recuperado. E todo o ambiente, de extrema modernidade, é dominado por uma grande clarabóia.
O palácio reconvertido “expandiu-se” com um edifício contíguo onde era um pátio de arrecadações, albergando agora, no seu conjunto, o Grande e Pequeno Auditório com respetivamente 402 lugares e fosso de orquestra e 125 lugares, sala de ensaios, café concerto, palco e equipamento de moderna tecnologia e funcionalidade.
Portimão é terra natal de Manuel Teixeira Gomes (1860-1941), como se sabe antigo Presidente da República, Embaixador, escritor e dramaturgo de uma só peça, “Sabina Freire” (1905), mas nem por isso menos significativo numa expressão teatral que ironisa, na simbiose de comédia e dramalhão, a sociedade do seu tempo. Precisamente: o TEMPO, Teatro Municipal de Portimão, instalado num antigo palácio que Teixeira Gomes bem conheceu, pode reanimar uma certa linha dramatúrgica de raiz local, que nem por isso deixa de ser universal.
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Bilheteira
De Terça a sábado: das 13h30 às 17h30.
Em dias de espetáculo: das 13h30 até ao seu início
BILHETEIRA ONLINE: https://tempo.bol.pt
O TEMPO encerra aos domingos e segundas-feiras, exceto quando há espetáculos.
BIBLIOGRAFIA - Manuel Teixeira Gomes – “Sabina Freire” (1905); Norberto Lopes – “O Exilado do Bougihe”, Lisboa 1942; Urbano Rodrigues – “A Vida Romanesca de Teixeira Gomes” , Lisboa 1946