Teatro
Teatro São João do Porto: Uma tradição renascida
A tradição de património teatral do Porto remonta ao século XVIII, com pelo menos três salas bem identificadas: o chamado Teatro do Corpo da Guarda, improvisação do local de espetáculo em edifício militar, e dois Teatros São João ou D. João, que antecedem, no mesmo local, o São João que temos hoje...
O primeiro destes foi inaugurado em 1764 e não deixou memória de grande interesse, já o segundo, de 1798, erguido segundo a traça do cenógrafo italiano Vicente Manzoneschi, seguiu o modelo do Teatro de São Carlos, na arquitetura e decoração, com destaque para um pano de boca de Domingos António de Sequeira.
Destes sucessivos Teatros, ficaram referências mais ou menos abonatórias de Camilo e de Garrett, que aliás o esqueceu na primeira Reforma de 1836, mas o incluiu na atribuição de subsídios prevista na Lei de 7 de Abril de 1838: tempos em que os apoios financeiros aos teatros eram anualmente votados no Parlamento… E por Decreto de 30 de Janeiro o São João é considerado, juntamente com o São Carlos, “teatro de primeira ordem”.
Ardeu em 1908, reavivando na cidade a memória da tragédia do Teatro Baquet, que em 20 de Março de 1888 foi destruído pelo fogo, provocando a morte de mais de 120 pessoas. Ficou do desastre um impressionante desenho de Ribeiro Christino, publicado na revista Ocidente. E do São João setecentista, temos imagens de um exterior sem grande qualidade arquitetónica, com um pórtico acanhado, varanda e três ordens de janelas.
O Teatro São João seria recuperado, ou melhor, totalmente reconstruído e inaugurado em 1920 segundo um belo projeto de Marques da Silva. A mesma implantação urbana obrigou a uma volumetria semelhante, mas agora valorizada no exterior por fachadas, principal e lateral, dominadas por colunata e grandes janelões, sobretudo no acesso à sala. De inspiração claramente “francesa”, e concretamente, diz António Cardoso, do Teatro de Amiens, a sala, apesar de transformações e adaptação a cinema, ainda hoje domina nos tons doirado e vermelho tradicional, com gessos e baixos-relevos de Diogo de Macedo, Sousa Caldas e Henrique Moreira e uma bela pintura alegórica no teto.
Foi adquirido em 1992 pelo Estado, recuperado pelo Arquiteto João Carreira e funciona como Teatro Nacional.
Informações 800-10-8675 (Número grátis a partir de qualquer rede)
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Fax: +351 22 208 83 03
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Horário:
Terça a Sábado: 14h00 - 19h00 (ou até às 22h00, em dias de espetáculos)
Domingo: 14h00 - 17h00
Maria da Conceição Meireles Pereira, “O Porto no Tempo de Garrett”, ed. Biblioteca Publica do Porto, 2000;
António Cardoso e outros - “O Teatro Nacional de São João”, Porto ed. 1993;
Luís Soares Carneiro, “Teatros Portugueses de Raiz Italiana”, FAUP, 2002;
Duarte Ivo Cruz, “Teatros de Portugal”, ed. INAPA 2005;
diversos autores, “O Arquitecto Marques da Silva e a Arquitectura no Norte do País”; ed. FAUP 1997;
Elsa Mendes, verbete sobre o TN São João in "Portugal Património”, coordenação de Álvaro Duarte de Almeida e Duarte Belo, ed. Circulo de Leitores, vol. I; 200