"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

TEATRO-CINEMA DE FAFE

Distrito: Braga
Concelho: Fafe

Tipo de Património
Teatro
Proteção Jurídica
5/2002, DR, 1.ª série-B, de 19-02-2002
Proprietário/Instituições responsáveis
Câmara Municipal de Fafe
Descrição

Camilo deixou em Fafe  uma marca imorredoura no plano da cultura teatral, através dos seus dois “Mogado(s) de Fafe em Lisboa” (1860) e “Amoroso” (1863), farsas, sobretudo a primeira, que quase advinham correntes bame modernas , no  non-sense  criticista das situações e da sociedade que lhes subjaz, numa charge radical ao ultro-romantismo que o próprio Camilo, no teatro e não só, amplamente cultivou… e numa perspectiva que não deixa de conter sinais de modernização económica, , na linha dos “melhoramentos materiais”:
“Morgado – Quando o caminho de ferro chegar a Fafe, hei-de mandar destas cavacas enquanto estão frescas. Ó sr. João Leite, o senhor que eu fiz deputado, e mais os meus caseiros e foreiros, porque não arranja um caminho de ferro para Fafe?”
E a certa altura admite ser feito Visconde de Fafe!
Mas é caso para dizer que o Teatro – edifício demorou a chegar a Fafe. As primeiras noticias de construção surgem em 1878: mas o actual Teatro-Cinema, nesta ordem menos habitual de designação, é inaugurado  apenas em 1923. E beneficia agora de obras de restauro, sob a orientação do Arquitecto Gonçalo Luís da Costa Louro, iniciativa da Câmara Municipal. Este prolongamento do processo ao longo de décadas será responsável pelo ecletismo da fachada, rica na decoração e marcada por seis portas e janelas em arco, com uma imponente sacada central também em arco de maior destaque. Mas o mais impressionante é a decoração do interior em estuques e painéis, e sobretudo a alegoria das pinturas do tecto.
É um teatro à italiana, com lotação da ordem dos 409 lugares em plateia e três ordens de camarotes no desenho original, notável na harmonia da curva da sala e na dimensão da boca de cena, decorada com motivos alusivos ao espectáculo, e com fosso de orquestra..
Vamos ver como fica o restauro: mas o projecto prevê, para além da recuperação da sala e do salão nobre,  a expansão do  Teatro pela absorção de edifícios contíguos onde se instalará toda a área de apoio ao palco, uma sala de cinema-estúdio e ainda a Academia Musical José Atalaya.

Intervenções e Restauros
E beneficia agora de obras de restauro, sob a orientação do Arquitecto Gonçalo Luís da Costa Louro, iniciativa da Câmara Municipal.
Modo de funcionamento
Em restauro.
Morada
Rua Monsenhor Vieira de Castro
4820-279
FAFE
Web site
Fonte de informação
Duarte Ivo Cruz
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA – Luis Francisco Rebello, “O Teatro de Camilo”, ed.ICLP, Lisboa 1991; Luís Soares Carneiro, “Teatros Portugueses de Raiz Italiana”, ed. policopiada, FAUP 2002; Duarte Ivo Cruz, “História do Teatro Português, verbo ed. Lisboa, 2001
Data de atualização
10/03/2009
Agenda
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